A Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) emitiu esta terça-feira uma declaração em que refere que a Junta de Agricultores do Regadio de Cabanelas tem sido o seu “único interlocutor” em todas as intervenções associadas àquele regadio, desempenhando “um papel crucial” no projecto de requalificação.
Segundo o documento, a Junta de Agricultores, que sempre foi liderada por Fernando Xavier, assegura a gestão deste regadio desde 2000 e foi o interlocutor da DGADR nas intervenções a ele associadas, “designadamente no que se refere ao desenvolvimento dos estudos subjacentes ao respectivo projecto de modernização/reabilitação”.
A Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural considera “importante” que a Junta de Agricultores do Regadio de Cabanelas “acompanhe a execução da obra”, uma vez que “tem tido um papel crucial no desenvolvimento do projecto de modernização/reabilitação do regadio”.
A declaração da DGADR, assinada pelo Director-Geral, Pedro Teixeira, surge na sequência da polémica levantada por um comunicado do vereador do PS na Câmara de Vila Verde José Morais, que disse que esta requalificação “é mais um exemplo do trabalho que o Partido Socialista tem feito junto do poder central e de diversos organismos com capacidade de decisão”. “Vamos apresentar-nos a eleições com obra feita”, frisou.
O comunicado do vereador socialista despoletou uma série de reacções, da Câmara Municipal e da Junta de Agricultores do Regadio que acusaram José Morais de “aproveitamento político”.
ACTIVIDADE CESSADA?
Mais recentemente, foi levantada a questão de a Junta de Agricultores do Regadio de Cabanelas ter actividade cessada nas Finanças desde 2001, não tendo eleições nem actividade contabilística desde então.
Na resposta, Fernando Xavier disse que “a Junta existe, só não tem actividade contabilística porque o Ministério da Agricultura assumiu directamente o processo”.
“Nós assumimos um papel de assessoria, acompanhamento no terreno e de parte interessada. Tanto mais que todas as reuniões cá e em Lisboa, levantamentos topográficos, visitas ao local foram feitas sempre com a participação da Junta de Agricultores do Regadio de Cabanelas. Nós é que fizemos mexer o processo”, frisou.
Ricardo Reis Costa (CP 10478)