O tribunal de Málaga, em Espanha, condenou os pais de dois bebés, de dois anos e de 47 dias, por maus-tratos e violência doméstica, crimes cometidos em 2022, avança esta terça-feira o jornal espanhol El Mundo.
Segundo o El Mundo, que teve acesso à sentença, as crianças foram repetidamente agredidas, mordidas e queimadas com cigarro e o pai chegou a submergir a filha mais nova em água quente, provocando queimaduras de segundo grau em 42% do corpo.
O jornal diz que o tribunal deu como provado que o pai – que tem antecedentes criminais – colocou a menina de apenas 47 dias em água cuja temperatura oscilava ente os 45 e os 55 graus com “objetivo de atentar contra a sua integridade física”, sendo que foi descartado que se tivesse tratado de um acidente, uma vez que os ferimentos da bebé exigiam que ela tivesse estado na água quente entre 17 segundos e dois minutos, dependendo da temperatura.
O tribunal considerou ainda que os progenitores agiram de forma conjunta e que as crianças – que se encontram em acolhimento familiar – “não tiveram possibilidade de defesa”. A menina mais velha apresenta traumas psicológicos, incluindo medo constante, pesadelos e acordava a gritar “o bebé está a arder, o bebé está a queimar”.
Já a bebé mais nova, quando chegou ao hospital de Axarquia, apresentava também outros tipos de lesões com diferentes graus de evolução que, segundo o tribunal, foram provocadas pelos pais, entre elas um hematoma cerebral no parietal temporal esquerdo e outro na bochecha com aspeto de mordida, assim como fraturas em várias partes do corpo, múltiplas lesões, queimaduras nos órgãos genitais e marcas de unhas. Para além das lesões físicas, a criança estava gravemente subnutrida e desidratada.
INTERNADA TRÊS VEZES
A bebé de 47 dias teve de ser internada por três vezes, passou 22 dias nos cuidados intensivos e poderá ter sequelas físicas e cognitivas de longo prazo.
O pai foi condenado a 16 anos de prisão por um crime de maus tratos, violência doméstica com dolo e injúria com a circunstância agravante de parentesco, tendo-lhe sido retirados os direitos parentais e proibido de se aproximar a menos de 500 metros das meninas.
A mãe recebeu quatro anos de prisão, mas foi absolvida do crime de lesão da bebé, uma vez que não há provas de que se encontrava em casa no momento em que o pai a colocou em água quente, em outubro de 2022, tendo sido ela a levá-la ao hospital.
Com TVI