A Câmara de Braga promove, esta quinta-feira, uma sessão de história local, integrada no ciclo ‘À Descoberta de Braga’, que tem como objectivo recordar o bracarense Francisco Lage (1888-1957), dramaturgo e etnógrafo, além de grande responsável pelo Museu de Arte Popular.
Esta iniciativa, que serve também de oportunidade para o lançamento do livro ‘Memória de Francisco Lage’, conta com as intervenções de Maria Barthez, a autora da obra, e de José Augusto dos Santos Alves, da Universidade Nova de Lisboa. A sessão decorre a partir das 21h30, no Espaço Tertúlia da Feira do Livro de Braga, no Largo de São João do Souto.
SALVAGUARDAR MEMÓRIA COLECTIVA
Para a vereadora da Cultura, Lídia Dias, este é mais um momento de “salvaguarda da memória colectiva de Braga”, procurando recordar um bracarense que é “um dos principais nomes no âmbito da divulgação da Cultura Popular no nosso país”.
Para Lídia Dias, uma personalidade “com esta relevância” deveria merecer a “inscrição na toponímia da cidade”. “Há muitos bracarenses que se destacaram ao longo da nossa história que continuam a aguardar que nos lembremos dele. Sendo a história local e o património uma das prioridades mais evidentes da nossa acção, não poderíamos fechar a porta a esta oportunidade”, considera.
Francisco Lage, natural da freguesia de São José de São Lázaro, revelou-se como um homem de acção, multifacetado, de pensamento ecléctico, susceptível de visionar o seu interesse pela história, pela arte, pela etnografia, que marcam e aprofundam a sua evolução profissional, enquanto colaborador do Secretariado Nacional da Informação Cultura Popular e Turismo.
Personagem responsável pelas actividades folcloristas do SPN/SNI, Francisco Lage foi ainda o autor do programa funcional do Museu de Arte Popular, inaugurado em 1948. Amante do teatro, tendo inclusive sido autor de diversas peças, Francisco Lage dedicou-se também à indústria e teve uma breve passagem pela política local. A si se deve também o interesse pela divulgação do Abade de Priscos, esforço que promoveu nos anos imediatos à morte deste gastrónomo.
O livro ‘Memória de Francisco Lage’ é uma co-edição entre a Gradiva e o município bracarense.