A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) advertiu que o Governo do Presidente Nicolás Maduro se converteu numa “ditadura”, que se consolidará pela via da força se houver as eleições para uma Assembleia Constituinte, prevista para 30 deste mês.
“A Assembleia Nacional, prevista para o fim de Julho, será imposta pela força e os seus resultados vão ser a constitucionalização de uma ditadura militar, socialista, marxista e comunista” disse o presidente da CEV.
Monsenhor Diego Padrón falava, esta sexta-feira, na sessão de abertura da 108.ª assembleia ordinária da CEV, que decorre até 12 de Julho, em Caracas.
“Como o Governo e os seus porta-vozes têm dito, a Constituinte tratará de fazer uma nova Constituição e dar-lhe um carácter comunal, o que pode entender-se como pôr em prática toda a linha do plano da pátria [programa de governo socialista], ou seja, a causa fundamental de todos os males do país”, disse.
Segundo Monsenhor Diego Padrón a proposta de reforma da Constituição feita pelo Presidente Nicolás Maduro permitirá que o actual Governo permaneça no poder de maneira “ilimitada” e anulará poderes públicos como a Assembleia Nacional, onde a oposição detém a maioria.
Explicou ainda que na Venezuela não há um “conflito ideológico entre direitas ou esquerdas” mas a luta de “um povo que clama liberdade” perante um “Governo convertido numa ditadura”.
Para Diego Padrón o recente ataque de grupos civis armados, afectos ao regime, ocorrido no dia 5 contra o Parlamento e as agressões a parlamentares opositores, são uma amostra de que o Governo venezuelano não pretende deixar de usar métodos violentos.
“O que aconteceu na Assembleia Nacional foi uma acção criminosa e demencial. Esse ataque demonstra que o Governo não quer abandonar a violência”, disse.
Entretanto a Igreja Católica autorizou a oposição venezuelana a usar espaços paroquiais do país, com excepção dos templos religiosos, para realizar, a 16 de Julho, um plebiscito sobre se os venezuelanos aprovam a proposta de Constituinte, exigir que as Forças Armadas defendam a Constituição de 1999 e que apoiem as decisões do parlamento.
FG (CP 1200) com Sapo24