A Unidade Militar de Emergência (UME) e a Polícia Nacional espanhola começaram, esta terça-feira, a realizar buscas num reservatório em Ribadesella, nas Astúrias. O objetivo é encontrar os restos de mortais de uma mãe e filha desaparecidas em 1987, que se suspeita terem sido mortas por um português.
Segundo o jornal 20 Minutos, suspeita-se que os restos mortais de María Trinidad Suardíaz, de 25 anos, e da sua filha Beatriz, de apenas 13 meses, estejam num dos veículos submersos no reservatório. A descoberta dos veículos, sublinhe-se, foi o que levou à reabertura do caso quase 40 anos depois do desaparecimento.
A mulher, natural das Astúrias, foi vista pela última vez no Tribunal Provincial de León, onde compareceu para depor num julgamento contra o marido, António Maria da Silva, conhecido como “o Português”. Segundo o Tribuna de León, o homem tinha sido acusado de sequestro e violência doméstica.
O pai de María Trinidad Suardíaz ainda tentou, sem sucesso, encontrar a filha, mas só em 2002 – 15 anos após o seu desaparecimento – é que o irmão da jovem decidiu apresentar uma denúncia por pessoa desaparecida na esquadra da polícia de Gijón. Na altura, a polícia concluiu que a mulher tinha fugido com a filha de forma voluntária.
No entanto, em 2015, a Unidade de Investigação de Crimes Violentos (UDEV) decidiu reabrir o caso devido a inconsistências nas declarações do marido.
Um ano depois, em 2016, foram realizadas buscas na casa onde a família residia, em Matadeón de los Oteros e, em 2017, numa outra habitação em Berbes.
Apesar das buscas, as autoridades não encontraram provas de crime em nenhuma das habitações e o caso acabou por ser arquivado pouco tempo depois.
Em outubro, o Tribunal de Instrução nº 4 de Gijón emitiu uma ordem para alocação dos recursos necessários para a continuação das buscas, após terem sido encontrados dois carros submersos. Esta pista coincide com o depoimento prestado há anos por uma vizinha, que afirmou que o marido tinha atirado os carros numa ravina após o desaparecimento da mulher e da filha.
“NÃO CONFIRMO NEM DESMINTO”
Na passada quinta-feira, o suspeito, atualmente com 81 anos, voltou a ser interrogado pela Polícia Nacional espanhola. O homem encontra-se num lar de idosos em Zamora e as autoridades esperavam obter uma confissão, uma vez que já não iria para a prisão porque os crimes prescreveram. No entanto, tal não aconteceu.
“Não confirmo nem desminto”, disse apenas aos agentes da Polícia Nacional, segundo o jornal La Sexta. E fê-lo em francês, língua do país onde viveu durante muitos anos.






