Foi pela voz do ministro da Presidência que o Governo desvalorizou a greve geral desta quinta-feira, alegando que “a esmagadora maioria do país está a trabalhar”, e realçando que respeita quem exerce o direito à greve.
“Mantemos sempre a mesma abertura para o diálogo”, disse Leitão Amaro sobre o anteprojeto da reforma da legislação laboral, motivo pelo qual CGTP e UGT convocaram a paralisação.
Num dia em que o Governo se reuniu em São Bento para o habitual Conselho de Ministros semanal, António Leitão Amaro realçou ainda que, no conjunto do país, a adesão é “inexpressiva”, especialmente nos setores privado e social.
“As transações na SIBS demonstram se o país está a manter as transações financeiras, a sua atividade comercial e económica, está, neste momento, com uma redução de 7% face ao período normal. O trânsito nas pontes, do Sul para Lisboa, está a cair 5%”, afirmou para justificar a tese.
Ainda que os sindicatos tenham avançado com a greve desta quinta-feira e ameacem não ficar por aqui, o Governo mantém-se aberto a negociar.
“Respeitamos mesmo o direito à greve, ouvimos aqueles que a exercem e manteremos sempre a mesma abertura para o diálogo, que neste processo temos demonstrado com várias aproximações, muitos exercícios e reuniões e encontros para aproximações”, defendeu Leitão Amaro, lembrando os acordos que até agora foram celebrados.
“Temos mostrado uma abertura ao diálogo que dá resultados, e essa abertura manter-se-á sempre dentro do espírito de respeito institucional, um respeito institucional, um respeito que existe também sobre o direito à greve. Dito isto, respeitamos quem faz greve e olhamos para o país e vemos com realismo que a esmagadora maioria dos trabalhadores do país está a trabalhar. O país está a trabalhar”, realçou.
O ministro afirmou ainda que, apesar de existirem perturbações em setores como o dos transportes, escolas e serviços públicos, “nos setores privado e social, o reporte que existe é de adesões à greve entre 0% e 10%”.
De resto, Leitão Amaro sugeriu mesmo que a Função Pública, que é o setor mais afetado, de acordo com o Governo, não tem razões para fazer greve, uma vez que “a reforma laboral que está em causa não se aplica aos trabalhadores públicos”.
A greve geral desta quinta-feira, convocada pela CGTP e UGT, tem tido impacto em diversos setores, incluindo transportes, saúde, educação e serviços públicos. Escolas, hospitais e unidades de saúde em várias regiões do país enfrentam constrangimentos, com blocos de partos, urgências e enfermagem a serem afetados.
Com CNN






