Os quatro ativistas da flotilha humanitária que rumou até Gaza no último mês vão ter de reembolsar o Estado português pela viagem de Israel, onde estavam detidos, até Portugal, dado que o valor foi adiantado pelo Governo português.
A informação foi avançada pela SIC Notícias e posteriormente confirmada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) ao NM.
Em causa está a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os (também) ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.
“Em conclusão do procedimento de retorno de quatro portugueses detidos em Israel, foi hoje [terça-feira] enviado pelos serviços consulares o ofício com o valor integral do custo da viagem – encargo da responsabilidade dos cidadãos que integram a flotilha”, lê-se na nota, citada pelo NM.
De acordo com o que explicou o MNE, o valor para o regresso foi adiantado pelo Estado português por “razões logísticas e de ordem prática”, nomeadamente, pela “impossibilidade de comunicação prévia com estes cidadãos nacionais.
“A acompanhar o ofício seguiu também o formulário do pedido de reembolso do custo da viagem que cabe a cada um, nos termos do regulamento consular”, é explicado.
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, que regressou esta terça-feira à campanha eleitoral para as autárquicas, agradeceu hoje ao cônsul e à embaixadora em Israel o acompanhamento dado aos quatro portugueses da flotilha humanitária, mas não o estendeu ao Governo, pela falta de apoio político.
“Quero aproveitar para fazer um agradecimento público ao acompanhamento consular que nos foi dado. Ao cônsul e à embaixadora, que prestaram todos os serviços, todo o apoio necessário. Fazendo este agradecimento público, faço-o à nossa estrutura diplomática, ao cônsul em Israel e à embaixadora em Israel, e não estendo este agradecimento ao Governo nem ao apoio político”, disse esta terça-feira a líder do BE.
Os quatro ativistas portugueses que regressaram, no domingo, a Portugal, depois de estarem detidos durante dias numa prisão em Israel. O grupo foi capturado, juntamente com outros ativistas, pelas forças israelitas, tendo denunciada maus-tratos levados a cabo pelas autoridades de Israel.
Em relação a estas queixas, a Embaixada de Israel em Portugal acusou os ativistas portugueses de mentirem quando alegam que foram maltratados pelas autoridades israelitas e assegura que tudo foi feito para garantir a sua segurança.
Com Expresso