O PS acusou esta terça-feira o Governo de tomar uma “decisão errada“ com o descongelamento das propinas, considerando que se trata de um retrocesso que cada vez mais limitará o acesso ao ensino superior àqueles que o possam pagar.
“Aquilo que nós não conseguimos compreender é que este Governo, que se mostrava tão disponível, tão preparado para dar estas respostas a esta geração, aos jovens e às suas famílias, que agora não o consiga fazer nem executar. O que nos apresentaram é precisamente o retrocesso”, criticou, em declarações à agência Lusa, a deputada do PS e secretária-geral da JS, Sofia Pereira.
Para a socialista, a decisão esta segunda-feira anunciada pelo ministro da Educação de descongelamento das propinas “é errada”, trata-te de um “passo atrás e é um pontapé de saída muito mau no que diz respeito a esta aposta nos jovens”.
“O que acontece aqui é que depois de dizerem, durante uma campanha eleitoral inteira, de que os jovens eram uma prioridade, aquilo que têm para lhes oferecer é continuar a garantir que o custo de vida é cada vez mais incomportável”, condenou.
Segundo Sofia Pereira, o aumento de 13 euros “o que vêm dizer é indicar o caminho que quer seguir” o Governo de “não democratizar o ensino superior, mas cada vez torná-lo acessível apenas àqueles que possam pagar”.
O PS, segundo a líder da JS, quer garantir que “todos os jovens tenham acesso ao ensino superior de qualidade” e que se dê resposta às qualificações de uma geração que é preciso reter em Portugal.
“O que o Governo vem fazer é quase garantir que cada vez mais o acesso é limitado àqueles que o possam pagar”, criticou, considerando que “o ensino superior deve ser para todos e não apenas para alguns”.
O Governo vai descongelar, a partir do ano letivo 2026/2027, o valor das propinas das licenciaturas, que não sofre alterações desde 2020 e passará de 697 para 710 euros, anunciou esta terça-feira o ministro da Educação.
“O Governo incluirá ainda na proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2026 a atualização das propinas de licenciatura com base na taxa de inflação de 2025”, anunciou Fernando Alexandre.
Com SIC