A excelência das cerimónias evocativas dos 42 anos do 25 de Abril em Vila Verde, elevadas pela qualidade e diversidade do programa apresentado pelas gentes da Ribeira do Neiva, ficou manchada pela ‘impetuosidade’ da vereadora do PS, Manuela Machado, e pelas ausências ‘inexplicáveis’ de alguns responsáveis políticos locais.
Em surdina e quase despercebida, a ‘cena maior’ teve como protagonista a vereadora socialista, que pressionou os responsáveis do partido e os líderes dos órgãos deliberativo e executivo municipais a darem a palavra em “dia da Liberdade”. Acabou “impedida”, tanto pela disciplina do partido, como pelas exigências protocolares.
À tarde, em declarações ao jornal O Vilaverdense, Manuela Machado desvalorizou: “não se passou nada!”. Contudo, foi perceptível o mal-estar levantado pela vereadora ao interpelar o presidente da Câmara e da Assembleia Municipal no sentido de ter palavra nas cerimónias.
As questões de protocolo não permitiam essa excepção (dar voz aos vereadores e, ao mesmo tempo, a dois eleitos do PS), ao que Manuela Machado terá “exigido” aos responsáveis do partido falar em nome do mesmo, no espaço reservado à intervenção da bancada socialista na assembleia municipal. Foi, porém, Deolinda Cerqueira a “eleita” para falar em nome do PS, o que despoletou alguma “ira” da vereadora.
“NÃO SE PASSOU NADA…” – Manuela Machado
“Não se passou nada”, reforça Manuela Machado, pondo “água na fervura”. Do lado dos responsáveis pelo PS, as reservas são muitas. «Ela queria falar, mas percebeu depois que as regras regimentais não permitiam», esclarece o presidente do partido, Alberto Nídio Silva, que também foi interpelado no local. “O PS tem a sua bancada e havíamos decidido que quem falaria era a Deolinda Cerqueira e assim foi”, completa.
De resto, a explicação dos responsáveis pelos órgãos municipais são no sentido de que “a ordem regimental está assim instituída e não havia razão para quebrá-la”.
No entanto, com a aproximação das eleições internas de Junho para escolha da nova direcção do partido, está cada vez mais latente o mal-estar entre facções no PS de Vila Verde. Manuela Machado, uma “aliada” de Luís Filipe Silva e da “ala conservadora do PS”, tem dado sinais de “pouco (ou nenhum) alinhamento” com o “novo PS”.
AUSENTES “DE LUXO”
Face à grandeza e elevação da Assembleia Municipal comemorativa de mais um aniversário do 25 de Abril, descentralizada na Ribeira do Neiva, foi perceptível a ausência de alguns responsáveis políticos locais.
As não presenças dos líderes das bancadas do PSD e PS – Susana Silva e Luís Castro, respectivamente – foram muito notadas. A primeira porque raramente está ausente. O seu envolvimento na polémica da inauguração do CLDS-3G em Vila Verde, em representação da líder do projecto, a Casa do Povo da Ribeira do Neiva, foi lembrado.
Quanto à ausência de Luís Castro, um nome em ascensão no partido e um dos rostos no “novo PS”, também soou a estranho, numa zona onde o PS obteve um grande resultado nas últimas autárquicas.
Também ausente esteve o vereador do PS Luís Filipe Silva, situação que havia sido interrompida nos últimos actos oficiais. Contudo, ao que apurámos, a razão desta ausência ficará a dever-se a questões de ordem profissional.
Já mais habituais nas ausências em actos oficiais do município, os líderes do PSD e CDS-PP – Rui Silva e Paulo Marques, respectivamente – não marcaram presença, apesar de estarmos a falar de uma das cerimónias municipais mais relevantes no calendário autárquico.
E lá diz o povo e com razão: “Cada um decide como quer… viva a democracia!”.
Carlos Machado Silva (CP 3022)
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