O Tribunal de Braga prossegue na próxima segunda-feira o julgamento de um homem que, alegadamente, insultava, agredia e perseguia a ex-mulher, quer quando com ela morava na Maia, quer, ultimamente, na cidade de Braga.
O julgamento realiza-se, apesar da suspensão das diligências judiciais decretada pelo Governo no quadro da lei do Estado de Emergência, dado se tratar de um processo “urgente”, isto porque o ‘réu’ está preso preventivamente.
Na primeira sessão do julgamento, o arguido exclamou: “Não é verdade. Eu não agredia, nem ameaçava a minha ex-companheira. Ela é que me ameaçava a mim!”.
A afirmação foi, esta segunda-feira, proferida no Tribunal de Braga por Giovanni de Lorenzo, de 30 anos, residente na Maia, que começou a ser julgado por dois crimes de violência doméstica sob a acusação de ter ameaçado e agredido, a ex-companheira, com quem viveu em 2018.
O arguido justificou as queixas da ex-mulher, Jessyka, com o facto de esta querer ficar com a tutela de uma filha de ambos, que o Tribunal entregou, à nascença, a uma instituição social de Braga para sua protecção.
VÍTIMA CONFIRMA
O seu depoimento foi, de seguida, contrariado pela alegada vítima, que confirmou aos juízes o rol de ameaças e de maus-tratos, físicos e psíquicos, que aguentou quando viveu com ele.
Os juízes ouviram, ainda, a gravação das declarações que o Giovanni prestou ao juiz de instrução, na fase de inquérito, e também as que a Jessyca fez então, descrevendo os crimes, para memória futura, na mesma fase processual.
Na audiência, o advogado de defesa Luís Vaz Teixeira tentou demonstrar a inimputabilidade do arguido, ainda que parcial, tendo requerido que o seu dossier clínico, que está no Hospital Magalhães Lemos, do Porto, seja enviado ao perito médico que antes de pronunciara sobre a sua saúde psiquiátrica, considerando-o imputável.
O advogado da vítima, João Ferreira Araújo não se opôs, pelo que o requerimento foi aprovado, devendo o perito pronunciar-se na próxima sessão.
Luís Moreira (CP 7839 A)