A necessidade de implementação de políticas sociais voltadas para as carências da população, o alargamento da cobertura de saneamento básico e a alegada existência de uma dívida oculta do município foram alguns dos temas principais do debate entre três dos quatro candidatos à Câmara de Amares, que decorreu esta quarta-feira, no Auditório Conde Ferreira.
Ao longo de cerca de duas horas, António Costa (CDU), Emanuel Magalhães (MAIS – Primeiro as Pessoas) e Pedro Costa (PS) apresentaram os seus projectos e discutiram ideias para o futuro de Amares. O candidato da Coligação ‘Juntos por Amares’ (PSD/CDS-PP), o actual autarca, Manuel Moreira, não esteve presente.
A Coligação justificou a ausência do seu candidato com o facto de já ter assumido compromissos anteriormente, nomeadamente acções de campanha, que decorreram ao longo do dia em vários pontos do concelho.
O DEBATE EM DISCURSO DIRECTO
PEDRO COSTA (PS)
– “Queremos ter uma agenda completa que atraia pessoas a Amares todo o ano. A laranja já não é a nossa grande marca. A nossa grande marca é António Variações. Queremos criar a Academia Variações e ter um grande festival nacional”.
– “Agua e saneamento, assim como o serviço de lixo, são necessidades básicas que em Amares estão num estado quase terceiro-mundista. O emprego é o grande problema, o saneamento e a água surgem logo a seguir”
– “Foi assinado um contrato com a empresa Águas do Norte que pouca gente conhece ao pormenor. Uma infra-estrutura que foi avaliada num valor entre dois e três milhões de euros foi vendida por 600 mil euros”
– “O projecto proposto para a Praça do Comércio não resolve os principais problemas, é apenas um arranjo estético. É necessário ter coragem para fazer uma ruptura a sério e resolver os problemas estruturais”
– “Uma das medidas que implementaremos no imediato é o Serviço Municipal de Apoio ao Agricultor”
– “Não somos um concelho atractivo nem competitivo. Estamos uns bons anos atrasados em relação a Vila Verde, muitos em relação a Braga. Estamos a ficar completamente esmagados pelos concelhos vizinhos”
– “É prioritário o acesso rápido a Braga e às auto-estradas, assim como à variante do Cávado. A Câmara pediu um empréstimo de um milhão de euros para intervir na rede viária municipal, mas ela continua com muitas carências”
EMANUEL MAGALHÃES (MAIS – PRIMEIRO AS PESSOAS)
– “A água é uma prioridade. É absolutamente fundamental fazer a ligação do depósito da Senhora da Paz ao da Torre e a substituição da conduta a partir da Ponte do Bico”
– “A rede social não está a funcionar assim tão bem como se pinta. Estamos num concelho com mais de três mil idosos. Mais de 100 vivem sozinhos”
– “O produto turístico precisa de ser organizado e vendido em pacote, Os eventos realizados não têm tido efeito multiplicador, à excepção do Festival das Papas, no qual estou na sua génese”
– “Se for eleito, uma das primeiras coisas a fazer será a monitorização de todos os loteamentos no concelho de Amares, em 12 meses, para depois intervir na área do saneamento”
– “Não conheço o contrato com as Águas do Norte e espero não ter surpresas. Espero que não estejam a ser adquiridas coisas nem a ser lançadas obras sem o respectivo processo administrativo. Podemos ter uma dívida que não conhecemos”
– «Uma das primeiras intervenções no imediato será valorizar o espaço envolvente à Escola Secundária, nomeadamente em termos de segurança»
– “Os empresários queixam-se de demorar tanto do Porto a Braga como de Braga a Amares. Não podemos resolver isto sozinhos, mas temos que dar passos, nomeadamente trabalhar com os Municípios vizinhos”
ANTÓNIO COSTA (CDU)
– “Faz falta uma CDU com mais força no nosso concelho. O nosso trabalho está a renascer em Amares, contactando com a população, fazendo diversas acções junto das pessoas”
– “O saneamento é um dos nossos objectivos. Terá que ser algo a resolver. Estamos no século XXI, queremos ter a cobertura total, embora saibamos que isso não se faz de um dia para o outro”
– “A Câmara tem que estar ao serviço do povo, ser transparente e eficaz. Também não conheço o contrato com a Águas do Norte, o que, desde logo, coloca em causa o princípio da transparência”
– “Temos que apostar em termos mais emprego e mais oportunidade para fixar as pessoas. Não queremos ter freguesias dormitório”
Ricardo Reis Costa (CP 10478)