Ficou para 16 de Março, com mais 12 audiências marcadas até Setembro, o julgamento, no Tribunal de Braga, de 16 pessoas, cinco delas de Amares, acusadas de tráfico de droga.
Esta quarta-feira, na que seria a primeira sessão, o colectivo de juízes acertou, com os vários advogados as datas para o julgamento. Um deles, o jurista João Ferreira Araújo com escritório em Braga.
Conforme o PressMinho/O Amarense noticiou o grupo foi acusado pelo Ministério Público do Tribunal de Braga de traficar droga em Amares, Terras de Bouro, Vila Verde, Braga, Póvoa de Lanhoso, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Famalicão e Porto.
Entre os naturais ou residentes em Amares estão Gonçalo Martins, de 22 anos, natural de Braga, mas residente em Ferreiros, Carlos Galiano Oliveira, de 22 anos, natural de Angola, mas a viver em Lago, Nuno Azevedo, de 34 anos, residente em Ferreiros, Nelson Antunes, de 24 anos, a residir em Santa Maria de Bouro, e Vítor Cardoso, de 36 anos, a morar em Ferreiros. Um dos principais arguidos é defendido pelo advogado João Ferreira Araújo, de Braga.
A acusação diz que vendiam cannabis (resina), heroína, cocaína e MDMA, para consumo ou revenda.
O procurador concluiu que Gonçalo Martins, tido como um dos principais arguidos, vendeu drogas entre 2014 e 2018, fazendo-o a partir de contactos telefónicos com consumidores e revendedores. Para tal, quer ele quer outros arguidos, usavam linguagem codificada, com expressões como tomar café, beber um fino, traz tabaco, arranja peixe, etc.
RECORRIAM ÀS REDES SOCIAIS
O MP acrescenta que vendeu em diversos locais do concelho de Amares, nomeadamente junto ao rio em Figueiredo, nas imediações do estabelecimento Soccer Place, em Besteiros, e nas imediações do café Variações, em Ferreiros. Transaccionou, ainda, estupefacientes, a 18 pessoas, em vários locais da vila mormente perto da escola secundária.
Já o arguido Carlos Oliveira terá traficado, entre 2015 e 2019, produtos que também comprava ao Gonçalo Martins. O Carlos, juntamente com o arguido Luís Teixeira comprava a vendedores em Braga – a dois homens com as alcunhas de ‘Ciga’ e ‘Xuxu’ – e no bairro do Aleixo, no Porto.
Para além dos telemóveis, recorriam às redes sociais, entre as quais o Messenger, o Instagram, o Whatsapp, o Snpachat, e o Telegram, entre outros.
Em Braga, vendiam junto ao parque de estacionamento da loja De Borla, na envolvência dos bares da Sé, no largo fronteiro aos Bombeiros Voluntários, na zona dos bares da UMinho, perto da pastelaria Bracarum, numa área erma de Montariol, e ao lado do pelouro, na Cividade.
Por vezes, as vendas eram feitas nos autocarros que circulam entre Braga e Vila Verde.
A investigação foi feita pelo NIC (Núcleo de Investigação Criminal) da GNR da Póvoa de Lanhoso que procedeu a várias dezenas de escutas telefónicas, e a vigilâncias, com captação de imagens.
Aquando da detenção dos principais arguidos, a GNR apreendeu quatro carros, telemóveis, tablets, computadores, drogas, dinheiro, munições e artefactos diversos ligados ao tráfico. O MP quer que sejam declarados como perdidos a favor do Estado.
Para além das escutas, das imagens de vigilância, e dos autos de buscas domiciliária, o processo conta com muitas testemunhas, entre as quais 31 GNR’s envolvidos na investigação, e 130 consumidores que terão comprado drogas.
Luís Moreira (CP 8078)