O grupo parlamentar do PCP questionou o Governo sobre o despedimento coletivo de 123 trabalhadores da Coindu, a unidade de Joane, em Famalicão, empresa dedicada à produção de capas para assentos de automóveis de luxo. Outros 250 trabalhadores estão sob a ameaça de lay-off.
No documento entregue ao Governo, através da Assembleia da República, os comunistas referem que, de acordo com o Portal Mais Transparência e apenas âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, “a Coindu beneficiou do financiamento de um projeto financiado pelo Banco Nacional de Fomento relativo à fabricação de outros componentes e acessórios para veículos a motor, no valor total de 3 910 000,00 de euros com data prevista de conclusão” no final deste ano.
Recordam ainda que a empresa já teve uma unidade de produção em Arcos de Valdevez, que encerrou no final de 2023, tendo despedido cerca de 350 trabalhadores.
Perante estes factos, o PCP quer que o Governo de Luís Montenegro esclareça se tem o conhecimento do processo de despedimento em curso na unidade de Joane daquela empresa e se conhece a intenção da empresa de “aplicar, novamente, em grande escala o regime de lay-off”.
O partido quer ainda saber qual a posição do Governo sobre “a empresa continuar a receber dinheiros públicos, por exemplo no âmbito do PRR, e ao mesmo tempo avançar com processos de despedimentos e lay-off”, e se “existem condições no contrato de financiamento no âmbito do PRR que condicione o financiamento à manutenção de um número mínimo de postos de trabalho”.
Finalmente, o PCP questiona o Governo sobre “o que vai o Governo fazer no sentido de defender os postos de trabalho afetados e dos direitos dos trabalhadores”.
A Coindu, fundada em 1988, emprega mais de 6000 trabalhadores distribuídos pelas unidades industriais de Joane, sede da empresa (2100), Roménia (1558), México (999) e na Alemanha.
Fernando Gualtieri (CP 7889)