O Partido Socialista deixou críticas à rede de águas no concelho de Vila Verde e disse, ainda, que os presidentes de junta andam «de chapéu na mão» na Câmara Municipal de Vila Verde. Na Assembleia Municipal desta sexta-feira a educação foi, ainda, um tema central.
No período antes da ordem do dia, Filipe Silva, do Partido Socialista, subiu à tribuna para falar sobre «um assunto essencial», «o abastecimento de água» que «só percebemos o impacto quando faz falta». Dando o exemplo da recente falha no mesmo, em Moure, apela à necessidade de «modernizar a rede».
Júlia Fernandes, presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, respondeu que «o senhor deputado Filipe Silva devia saber, mas se calhar não se apercebeu que nestes anos foi investido 1 milhão e 200 mil euros a reforçar a rede».
«Água não tem faltado, em Moure aconteceu uma fuga de água detetada», corrige. Segundo a autarca, foi um «caso muito difícil», em que os funcionários municipais e o presidente da junta de Moure, José Manuel Lopes, estiveram a trabalhar para resolver rapidamente.
A mesma destaca que a fuga «aconteceu na madrugada de quarta para quinta, dia santo de feriado» e, no sábado à tarde, «só faltava água no lugar Aguela», local da fuga.
Presidentes da junta são os «parentes pobres»
Também da bancada socialista, Pedro Araújo refere que «os presidentes de junta são o parente pobre» do Município de Vila Verde. «Reconheço este cargo com muito valor, pelo trabalho que é, com poucos recursos que tem e há testemunhos de presidentes que têm de estar aqui com o chapéu a pedir, até sugiro que ponham uma estátua lá fora», atirou.
«Não vão adiar o santo António pela falta de palco, a festa acontece sempre, porque há empenho e planeamento», acusa. «Nas obras necessárias devia ser o mesmo», sublinha. O mesmo referiu, ainda, que se nota, agora, uma «concentração de obras» que só pode ser explicada por «falta de planeamento» ou «campanha».
Júlia Fernandes, em resposta, sublinha que «os presidentes de junta são os parentes pobres, desde que tomei posse nunca vi isso, os autarcas de chapéu na mão, essa ideia antiquada está ultrapassada», vinca.
Explica, ainda, que «neste momento, há mais obras a concurso porque o PT2030 começou tarde e, com pressão nos municípios, até setembro, ter 30% do quadro comunitário tem de estar lançado e nós não podemos nem vamos perder um cêntimo».
2ª Carta Educativa aprovada
Numa Assembleia em que a educação esteve em destaque, foi aprovada a 2ª Carta Educativa. «Este documento é uma carta educativa de 2ª geração que prevê a duração de 10 anos, onde se faz toda a análise sociodemográfica da população estudantil, bem como das situações das escolas e desafios que nos esperam».
Vitória Rodrigues, secretária da Junta de Freguesia de Oleiros, subiu à tribuna para expor problemas com a Escola Básica da freguesia. A mesma citou «situação de perigo nos cruzamentos, passagens não adaptadas para cadeiras de rodas» e o facto de estar «sem intervenção».
Manuel Lopes defendeu que o executivo «conhece bem as escolas» e não quis pintar as mesmas «como modelo». «A senhora sabe bem o que fazemos para melhorar todos os dias estas escolas e as prioritárias têm avaliação permanente, faremos as intervenções necessárias», vinca. «A Escola de Oleiros não é exceção», sublinha.