O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, revelou que uma família – pai, mãe e filha – morreram na sequência de um ataque russo a um miniautocarro que transportava civis na região de Sumy, no norte do país, na manhã deste sábado.
Além da família, o ataque, que ocorreu perto de Bilopillia, matou outras seis pessoas que, segundo Zelensky, “eram civis”.
Há ainda registo de sete pessoas feridas, que foram hospitalizadas com “queimaduras, fraturas e ferimentos causados pela explosão”.
“De acordo com informações preliminares, os russos mataram uma família: pai, mãe e filha morreram no ataque. As minhas condolências a todas as famílias e entes queridos. Todos os mortos eram civis. E os russos não tinham como não saber que tipo de veículo estavam a visar. Tratou-se de um assassínio deliberado de civis”, afirmou o presidente ucraniano na rede social X.
Na nota, Zelensky lembrou que as delegações ucraniana e russa estiveram reunidas e que, “como em qualquer outro dia desta guerra, houve uma oportunidade para cessar-fogo”.
“Há muito que a Ucrânia está a oferecer isso – um cessar-fogo total e incondicional para salvar vidas. A Rússia não tem nada a não ser a capacidade de continuar a matar”, afirmou.
“Há que exercer pressão sobre a Rússia para que cesse as mortes. Sem sanções mais duras, sem uma pressão mais forte, a Rússia não procurará uma verdadeira diplomacia”, acrescentou, defendendo que a delegação russa estava “fraca e impreparada” nas negociações em Istambul, na Turquia.
Sublinhe-se que a região de Sumy, que faz fronteira com a Rússia, tem sido alvo de recrudescimento dos bombardeamentos russos desde que as forças ucranianas foram expulsas, em março, da região russa de Kursk, que fica em frente e da qual ocupavam uma pequena parte desde o verão de 2024.
Reunidos em Istambul, na sexta-feira, para as primeiras conversações de paz desde a primavera de 2022, russos e ucranianos acordaram uma importante troca de prisioneiros, “mil por mil”, segundo o negociador russo Vladimir Medinski.
A reunião terminou, no entanto, sem o anúncio de um cessar-fogo, que era “a prioridade”, declarada tanto por Kyiv como pelos seus aliados.