Enquanto a comunidade internacional, incluindo Portugal, condenou o ataque terrorista deste domingo na praia australiana de Bondi, em Sydnei, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu acusou o Governo da Austrália de ter “lançado achas na fogueira do antissemitismo” no país, que conduziu ao tiroteio que matou 12 pessoas.
“Há três meses, escrevi ao primeiro-ministro australiano para lhe dizer que a sua política estava a atirar achas para a fogueira do antissemitismo”, disse Netanyahu, referindo-se a uma carta enviada a Anthony Albanese em agosto, após o anúncio de Camberra de reconhecer um Estado palestiniano.
“O antissemitismo é um cancro que se espalha quando os líderes permanecem em silêncio e não agem”, criticou Netanyahu, num discurso durante um evento no sul de Israel, e que segue a linha de outros responsáveis políticos do país.
O Presidente israelita, Isaac Herzog, já havia denunciado o caráter antissemita do ataque: “Os nossos irmãos e irmãs de Sydney, na Austrália, foram atacados por terroristas ignóbeis num ataque muito cruel contra judeus”.
“Repetimos incessantemente os nossos avisos ao governo australiano para que tome medidas e combata a onda massiva de antissemitismo que assola a sociedade australiana”, acrescentou o Presidente, num discurso.
Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, disse, na plataforma X, estar “consternado” e também considerou que “estas são as consequências da onda de antissemitismo que varreu as ruas da Austrália nos últimos dois anos”.
“O Governo australiano, que recebeu inúmeros sinais de alerta, tem de se recompor”,
Também o líder da oposição israelita, Yair Lapid, disse estar “horrorizado com o ataque terrorista antissemita” em Sydney.
REAÇÃO INTERNACIONAL
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou-se “chocada com o trágico ataque na praia de Bondi” e enviou as “mais sinceras condolências às famílias e entes queridos das vítimas”.
“A Europa solidariza-se com a Austrália e as comunidades judaicas em todo o mundo. Estamos unidos contra a violência, o antissemitismo e o ódio”, disse Von der Leyen através de uma mensagem na plataforma X.
Por seu turno, a alta representante europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, acrescentou que “este ato atroz de violência contra a comunidade judaica deve ser veementemente condenado” e insistiu que “a Austrália é um dos países mais próximos da Europa e estamos plenamente solidários com o povo australiano”.
“Notícias profundamente perturbadoras chegam-nos da Austrália”, declarou o chefe do governo britânico, Keir Starmer, na plataforma X.
“O Reino Unido envia os seus pensamentos e condolências a todas as pessoas afetadas pelo terrível ataque perpetrado na praia de Bondi. Estou a ser mantido informado sobre a evolução da situação”, acrescentou o governante britânico, país que partilha o monarca com a Austrália.
A França “continuará a lutar sem fraqueza contra o ódio antissemita”, garantiu o Presidente francês Emmanuel Macron, pouco depois do anúncio deste ataque.
Já o chanceler alemão, Friedrich Merz, disse estar “sem palavras”, após o ataque ocorrido em Sydney, na praia de Bondi.
“É um ataque aos nossos valores comuns. Temos de pôr fim a este antissemitismo – aqui na Alemanha e em todo o mundo”, afirmou o líder alemão, numa mensagem publicada no X.
O primeiro-ministro belga, Bart de Wever, também publicou uma mensagem nas suas redes sociais, salientando: “o antissemitismo não tem lugar nas nossas sociedades e devemos enfrentá-lo com determinação inabalável”.
O primeiro-ministro neerlandês, Dick Schoof, disse ter “transmitido a sua solidariedade” ao governo australiano “neste dia sombrio para a Austrália”.
“Condenando mais uma vez com firmeza qualquer forma de violência e antissemitismo, a Itália expressa as suas condolências às vítimas e permanece próxima dos seus entes queridos, dos feridos, da comunidade judaica e renova a sua amizade ao povo australiano”, escreveu no X a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
Com TSF






