O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta sexta-feira que a Europa tem um peso geopolítico reduzido por falta de capacidade militar, e lamentou que os líderes europeus não tenham sido informados previamente da ofensiva israelita.
“O problema é que a Europa precisa de mais peso militar, para poder aumentar o seu peso geopolítico. O Sr. Netanyahu comunicou ao Presidente Trump que ia atacar. Não foi para nenhum dos líderes da Europa”, referiu o chefe de estado à margem de uma visita à Feira Nacional da Agricultura, em Santarém.
Marcelo alertou para a necessidade de a União Europeia reforçar a sua capacidade de defesa e segurança, face a um contexto internacional marcado por instabilidade e “decisões unilaterais de potências globais”.
“A Europa não pode manifestar muito mais do que preocupação se não tiver poder militar”, afirmou, defendendo um aumento faseado do investimento na área da Defesa, de 2% para 5% do PIB, com o objetivo de garantir maior peso político e estratégico à União.
O chefe de Estado considerou prudente a decisão da Comissão Europeia de permitir uma derrogação orçamental temporária para acomodar este esforço, mas advertiu que será necessário garantir que os fundos tradicionais da União não sejam sacrificados.
Sobre o ataque de Israel contra o Irão com bombardeamentos a instalações militares e nucleares que mataram vários altos oficiais iranianos, bem como cientistas e outros civis, Marcelo Rebelo de Sousa classificou a ação militar israelita como uma “demonstração de poder” com vários objetivos estratégicos, entre eles travar o programa nuclear iraniano, enfraquecer a liderança militar do país e condicionar negociações internacionais.
“Israel, com esta atuação, consegue vários objetivos ao mesmo tempo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, destacando ainda que a ofensiva serve para “desviar a atenção da questão palestiniana”.
Com DN