A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmou esta segunda-feira, em conferência de imprensa que “as próximas oito semanas serão particularmente exigentes” para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para os próprios utentes dado que se prevê um “aumento da procura nos serviços de urgência” devido aos casos, crescentes, de gripe.
“Caros portugueses e portuguesas, o desafio que enfrentamos é coletivo. Embora seja um fenómeno habitual todos os anos, este ano a gripe está a surgir mais cedo e com um potencial para um impacto maior do que em épocas anteriores”, afirmou a ministra.
“Perante este contexto, o Ministério da Saúde está a seguir o seu plano de resposta sazonal para o inverno que define medidas para reforçar a capacidade de resposta do SNS durante os meses de maior pressão”, afirmou Ana Paula Martins.
O plano em causa, explicou, enquadra planos locais de contingência das Unidades Locais de Saúde (ULS) e dos Institutos Portugueses de Oncologia (IPO), elaborados pelos próprios, tendo em conta as orientações da Direção Geral da Saúde (DGS) e da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS).
“Estes planos estão organizados em níveis de contingência, permitindo adaptar a resposta à evolução da procura e garantir uma atuação coordenada em todo o país. Posso assegurar que as nossas instituições estão preparadas e articuladas. Desde os hospitais e centros de saúde, ao INEM, à DGS e ao Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e à DE-SNS, para dar a melhor resposta possível aos portugueses: desde a prevenção até ao tratamento”, garantiu a ministra.
Caberá à Direção Executiva do SNS “um papel determinante em todo o processo, cabendo a missão de garantir a gestão do trabalho em rede entre as ULS – que é uma condição essencial para garantir a melhor resposta nesta fase, repito, de muita exigência para todos os profissionais do SNS”. A DE-SNS- irá ainda “monitorizar a resposta das unidades de saúde, de acordo com os seus planos de contingência”.
“E é por isto, de esperar, que sempre que atingirmos uma pressão significativa nos serviços de urgência, sejamos obrigados a parar a atividade cirúrgica, mantendo sempre as cirurgias urgentes e as cirurgias oncológicas, como é natural”, acrescentou Ana Paula Martins.
VACINAÇÃO E MÁSCARAS
A ministra da Saúde realçou que o número de camas para internamento hospitalar têm vindo a aumentar devido a iniciativas do Governo
Ana Paula Martins voltou a frisar que, “no domínio da prevenção, a vacina contra a gripe continua a ser a medida mais eficaz”, e reforçou o apelo: “Quem ainda não se vacinou e faz parte dos grupos prioritários, faça-o o quanto antes. A vacina é gratuita para os grupos prioritários e está disponível nos centros de saúde e nas farmácias aderentes.”
Ao todo, e até ao dia 30 de novembro, segundo a ministra, foram vacinadas 2.297,551 milhões de pessoas. São mais 139,386 do que no mesmo período em 2024.
Para além da vacinação, Ana Paula Martins enumerou ainda uma série de medidas de prevenção que podem ser implementadas por todas as faixas etárias da população. Nomeadamente, “usar máscara em espaços fechados ou quando se apresentam sintomas respiratórios”, “proteger-se do frio” e “cuidar especialmente dos mais velhos e dos mais vulneráveis”.
A ministra voltou a apelar a que seja contactada a Linha SNS 24 antes de se dirigir às urgências, para colmatar os elevados tempos de espera, ou o seu centro de saúde local, especialmente para os utentes que têm médico de família.
“Reservar os serviços de urgência hospitalar para as situações efetivamente urgentes”, realçou. “Se cada um de nós cumprir estas orientações, o SNS poderá responder melhor e mais rapidamente a quem precisa.”
“E temos sempre de nos preocupar nestes momentos de maior stress dos serviços de saúde, que temos escassez de profissionais, e que o sacrifício que fazem, fruto do seu dever e missão, vai, nestas alturas, muito para além do habitual. Por isso, protegermos a nossa saúde é também proteger os nossos profissionais de saúde, de situações de sobrecarga e de exaustão”, acrescentou.






