A greve dos trabalhadores da Menzies, que começou esta quarta-feira, teve impacto reduzido nos aeroportos, com o SIMA – Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins a anunciar um processo em tribunal contra a empresa.
Segundo disse à Lusa fonte da estrutura sindical, a paralisação na empresa de ‘handling’ (assistência em terra em aeroportos), que se prolonga até janeiro, não terá originado nenhum cancelamento, ainda que haja atrasos nas chegadas.
“Não estávamos de forma nenhuma à espera deste tipo de serviços, porque isto não são serviços mínimos, são serviços máximos”, apontou.
Segundo a mesma fonte, havia “alternativas” para a TAP e a SATA, que são assistidas pela Menzies, como a easyJet e a Ryanair, que não são assistidas pela empresa, com o sindicato a discordar da decisão do Tribunal Arbitral do Conselho Arbitral do Conselho Económico e Social na definição dos serviços mínimos.
“A empresa, com os 35% de serviços mínimos decretados para os voos internacionais, está a concentrar os voos todos nas partidas”, disse, salientando que “não vai haver cancelamentos de partidas, mas haverá certamente atrasos nas chegadas”.
O sindicato vai agora avançar para o tribunal de trabalho com uma queixa contra a empresa no que considera ser o “incumprimento do salário mínimo nacional”.
Numa nota enviada à Lusa, a Menzies disse que está “a trabalhar diligentemente para garantir a fluidez das operações durante o período da greve anunciada”, saudando “os níveis de serviços mínimos definidos pelo CES, que incluem até 100% de cobertura dos voos domésticos, incluindo de e para os Açores e Madeira”.
A empresa salientou que se trata de “uma medida sem precedentes em Portugal, que reforça a importância do setor da aviação” e que “colocou em marcha um plano de contingência de modo a mitigar eventuais transtornos que possam surgir”.
A Menzies disse ainda que mantinha “a prioridade na prestação de um serviço de excelência durante este período particularmente exigente de verão” e reiterou o seu “compromisso com um diálogo construtivo e de boa-fé com os sindicatos, cumprindo integralmente todos os compromissos formalmente acordados”.
MAIS GREVES
A greve, convocada pelo SIMA e pelo Sindicato dos Transportes (STA) abrange vários períodos entre as 00h00 desta quarta-feira e as 24h00 do dia 2 de janeiro, num total de 76 dias.
O SIMA anunciou, em agosto, a marcação das novas greves de trabalhadores da empresa responsável pelos serviços de assistência em escala, em períodos alternados entre esta quarta-feira e 2 de janeiro de 2026, incluindo fins de semana prolongados e datas de elevado movimento, como o Natal e o Ano Novo.
Este novo pré-aviso do SIMA surge depois das greves realizadas em julho e agosto e da suspensão de paralisações previstas para finais de agosto, na sequência de contactos no Ministério do Trabalho.
A Menzies, por seu lado, já garantiu que o cancelamento das últimas greves “não foi o resultado de qualquer acordo, negociação ou concessão”, assegurando que a sua posição “se mantém inalterada” e que não houve mudanças aos compromissos assumidos até 2029.
A primeira greve decorre das 00h00 desta quarta-feira até às 24h00 de 9 de setembro, seguindo-se depois nova paralisação de 12 a 15 de setembro, de 19 a 22 de setembro e de 26 a 28 de setembro.
Em outubro, estão agendadas paralisações de 3 a 6, de 10 a 13, de 17 a 20, de 24 a 27 e de 31 a 03 de novembro. Seguir-se-ão mais paragens de 07 a 10 de novembro, de 14 a 17 de novembro, de 21 a 24 de novembro, de 28 a 1 de dezembro, de 5 a 8 de dezembro e de 12 a 15 de dezembro.
A última está prevista de 19 de dezembro a 2 de janeiro de 2026.