A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) estima EM cerca de 80% a adesão à greve desta sexta-feira, provocando o encerramento quase total de blocos operatórios e a suspensão de consultas em centros de saúde. Já no Alto Minho e na zona de Braga, os centros de saúde terão registado uma adesão próxima dos 100%.
“Os nossos resultados preliminares são 80%. E, sobretudo, fez-se sentir a nível de consultas nos centros de saúde e consultas programadas nos hospitais” adiantou à Lusa a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, citando dado preliminares.
Segundo a responsável, há blocos operatórios hospitalares encerrados, embora estejam a operar apenas com os serviços mínimos.
Joana Bordalo e Sá indicou que, no Norte, hospitais como o Padre Américo (Penafiel), São João, Santo António e Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto suspenderam praticamente a cirurgia programada.
No Alto Minho e na zona de Braga, os centros de saúde terão registado uma adesão próxima dos 100%.
Também, na região Centro, as unidades de saúde familiar (USF) das unidades locais de saúde (ULS) de Coimbra, Baixo Mondego e Viseu pararam.
Já no Sul, o Hospital Doutor José Maria Grande (Portalegre) não realizou qualquer cirurgia. As USF da ULS São José (Lisboa) aderiram integralmente.
A dirigente sindical acusou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de inação e falta de diálogo com os médicos, criticando duramente a proposta de mobilidade forçada nas urgências regionais.
“Ana Paula Martins e Luís de Montenegro nada fizeram para esta situação ser diferente. E, de facto, não estão a negociar com os médicos”, afirmou Joana Bordalo e Sá, denunciando o que considera ser uma “imposição” do Governo.
A principal crítica recai sobre a proposta de mobilidade forçada para serviços de urgência regionais, especialmente nas áreas de ginecologia e obstetrícia. Segundo a Fnam, esta medida compromete os cuidados de proximidade às grávidas e recém-nascidos, sobretudo fora dos grandes centros urbanos.
Joana Bordalo e Sá acusou ainda a ministra da Saúde de ter “faltado à verdade” no Parlamento ao garantir que a mobilidade forçada não avançaria.
“Está a ir pela via da imposição e não do diálogo”, afirmou, responsabilizando também o primeiro-ministro: “Luís Montenegro acaba por ser conivente com esta falta de verdade, a partir do momento que a mantém como ministra da Saúde.”
INCOMPETÊNCIA DA MINISTRA
A substituição do presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Sérgio Janeiro, e os atrasos na oncologia, apontados pela Entidade Reguladora da Saúde, foram citados como exemplos da alegada falta de competência da ministra.
“Tem mais do que provas dadas de que não tem competência para estar na pasta da Saúde e, como tal, deve ser substituída”, defendeu.
A Fnam acusou também o Governo de desrespeitar o processo negocial, alegando que os diplomas em discussão já terão sido aprovados previamente em Conselho de Ministros.
Com RTP






