A um dia da sua abertura no grande armazém histórico BHV, no coração de Paris, a gigante asiática da fast-fashion corre o risco de ser banida do mercado francês em caso de reincidência após uma polémica envolvendo a comercialização de “bonecas sexuais com aparência infantil”.
Após constatar a presença de “bonecas sexuais com aparência infantil” à venda no site da Shein, a Direção-Geral de Repressão à Fraude francesa (DGRFF) anunciou no passado sábado ter avançado com uma denúncia à justiça.
Em resposta às entidades reguladoras francesas, a empresa chinesa afirmou no domingo que os produtos foram “imediatamente retirados” da plataforma.
Na antevéspera da abertura da primeira loja física da Shein em França, o ministro francês da Economia, Roland Lescure, deixou um aviso em declarações à BFMTV e à RMC. “Se esses comportamentos se repetirem, teremos o direito, e eu irei solicitar, que se proíba o acesso da plataforma Shein ao mercado francês.”
O ministro considerou que a Shein “ultrapassou os limites” ao vender bonecas com caráter pedófilo: “Esses objetos horríveis são ilegais.”
Segundo Roland Lescure, a lei é muito clara e o Estado francês pode proibir uma plataforma em caso de reincidência ou de não retirada rápida de conteúdos ilegais “por atos terroristas, tráfico de drogas e pornografia infantil”.
Já o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, considerou a venda destes produtos “totalmente inaceitável” e questionou a invasão do mercado nacional e europeu de “produtos falsificados”.
“Isso é totalmente inaceitável e levanta a questão, de forma mais geral, de como o mercado único europeu, incluindo o nosso mercado interno, está a ser invadido por produtos falsificados“, reagiu no X Jean-Noël Barrot.
O caso está agora nas mãos do Ministério Público de Paris, que confirma ter “recebido quatro denúncias da DGRFF relativas às plataformas Shein, AliExpress, Temu e Wish” e remetido os quatro inquéritos abertos ao Gabinete de Menores.
Com RTP






