A Unidade Local de Saúde de Braga confirmou que o antigo militar da GNR que terá fugido do hospital, na sequência de um episódio de violência contra a mãe, deu entrada naquele serviço de urgência na quarta-feira, dia 23 de julho.
Contudo, ressalvou que “a permanência do utente na unidade hospitalar era de carácter voluntário”, uma vez que “não existia qualquer mandato de condução ou outra medida compulsiva ao abrigo da Lei de Saúde Mental”.
“A Unidade Local de Saúde de Braga confirma que o utente em questão deu entrada no serviço de urgência do Hospital de Braga, no início da semana passada. Mais se informa que, no momento da admissão, não existia qualquer mandato de condução ou outra medida compulsiva ao abrigo da Lei de Saúde Mental, pelo que a permanência do utente na unidade hospitalar era de carácter voluntário”, adiantou a unidade.
O hospital detalhou ainda que, como Paulo Vieira abandonou aquele serviço na mesma noite, foi-lhe “formalmente dada alta por abandono”, depois de ter sido chamado para observação médica.
“Por várias vezes, o utente compareceu no serviço de urgência, durante o mês de julho, tendo abandonado o mesmo antes de observação médica”, salientou.
A Unidade Local de Saúde de Braga rejeitou, assim, “qualquer tentativa de imputação de responsabilidades à instituição, por considerar que tem atuado – e continua a atuar – em conformidade com os procedimentos estabelecidos, assegurando sempre o acompanhamento adequado de todos os utentes”.
“A ULS Braga reafirma o seu compromisso com o cumprimento rigoroso dos deveres legais e deontológicos na prestação de cuidados de saúde, bem como com a segurança e o respeito pelos direitos dos utentes”, garantiu.
CONTINUA DESAPARECIDO
Recorde-se que o homem de 46 anos foi conduzido pelas autoridades ao hospital bracarense, na noite de quarta-feira, depois de ter ameaçado a mãe, Rosalina Vieira. Dois dias depois, quando a mulher se dirigiu à unidade, o filho – que três semanas antes tinha deixado o serviço de psiquiatra, onde permaneceu internado durante um mês e meio – já lá não estava.
“O polícia viu-o, a enfermeira viu-o, disseram que tinha estado ali, mas que tinha fugido”, explicou ao NM.
Rosalina indicou que o filho está a ser procurado pelas autoridades, mas “ninguém o encontra”. “Tem medo de ser preso, vê os carros da polícia e foge”, disse.
Até ao meio da tarde desta terça-feira era desconhecido o paradeiro de Paulo Vieira.
A mulher contou que o estado mental de Paulo tem vindo a deteriorar-se ao longo dos anos, depois de ter sido dispensado do posto onde era militar, no Porto. Com a morte de dois familiares próximos, em dezembro passado, o homem tornou-se “mais violento e depressivo”.
“Ele não estava bem”, disse, motivo pelo qual procurou ajuda psiquiátrica.
O Comando Territorial de Braga da GNR confirmou que familiares de Paulo deram conta do seu desaparecimento, mas ressalvou que “se trata da zona de ação da Polícia de Segurança Pública (PSP)”. De qualquer modo, a mesma fonte disse que as autoridades receberam relatos de que o homem tinha sido visto em “zonas dispersas”.
Com Notícias ao Minuto