A Orquestra de Sopros Musicorum, sob a direção de Tiago Brás, apresenta esta sexta-feira, pelas 21h30, no Espaço Vita, em Braga, de um CD que reúne hinos e peças filarmónicas dos séculos XIX e XX dedicados à cidade e às suas instituições.
A pesquisa das músicas em arquivos, bibliotecas e jornais decorreu durante três anos, pela associação bracarense Cupio Musicorum, formada sobretudo por antigos e atuais alunos da Universidade do Minho, e em paralelo por Paulo Carvalho Ferreira, no âmbito da sua tese de doutoramento em Estudos Culturais na UMinho.
Foram recolhidos registos e hinos de diferentes instituições, inclusive escolares e desportivas. O objetivo do projeto, intitulado ‘Homenagem a Braga – a música Filarmónica ao serviço da cidade’, é valorizar a arte sonora como expressão identitária e coletiva, quer local como nacional.
O espetáculo junta mais de 40 músicos em palco e inclui obras como “Homenagem a Braga”, de João Sousa Morais, “Nossa Senhora do Sameiro”, de Raul de Campos, “Hino do Sporting Club de Braga”, de Guilherme da Piedade, ou “Hino dos Bombeiros Voluntários de Braga”, cuja corporação atual até desconhecia existir.
“Há peças não tocadas há mais de 100 anos e importa não deixar este património desaparecer”, refere o presidente da Cupio Musicorum, Tiago Brás, também ligado à Casa da Música e à Casa do Professor.
A iniciativa conta com o alto patrocínio da Direção-Geral das Artes, entre outros parceiros, e tem entrada livre, mediante a lotação do espaço.
BANDAS HÁ UM SÉCULO
No início do seculo XX, a cidade teria seis bandas filarmónicas: Regimento de Infantaria 8, Philarmonica Bracarense, Círculo Católico de Braga (mais tarde, Banda Comercial), Oficina de São José, Colégio dos Órfãos de São Caetano e Bombeiros Voluntários de Braga (antes, Banda dos Artistas e Banda dos Bombeiros da Câmara Municipal de Braga).
Nas freguesias rurais também havia seis bandas de música: as da Graça, de Ruilhe, de Arentim, da Fábrica de Ruães, de Celeirós e de Cabreiros, criada em 1843 e a única que se mantém no concelho. Atualmente, há ainda espaços citadinos que evocam “a memória visual, auditiva, cultural e espiritual” das filarmónicas, como os coretos da Avenida Central, do Bom Jesus e do Parque da Ponte.