A aposta na criação de novas políticas urbanas para as cidades é uma das linhas da estratégia elaborada pelos líderes do Eixo Atlântico para a recuperação pós-Covid-19 que será enviado aos Governos de Portugal e Espanha.
O plano estratégico resulta da Conferência de Líderes, que decorreu Setembro em Pontevedra, na Galiza, e juntou um grupo de especialistas e autarcas de 31 municípios da associação transfronteiriça do Eixo Atlântico para debaterem a recuperação económica e social em toda a Euro-região no pós-pandemia Covid-19.
Esta é uma iniciativa pioneira e única no contexto europeu que junta autarcas e decisores políticos de dois países. Tendo em conta os interesses da Euro-região do Norte de Portugal e da Galiza, o documento apresenta políticas a desenvolver, no quadro do processo de reconstrução, para superar a crise causada pela pandemia, bem como para fortalecer a resiliência das cidades e prevenir os efeitos de futuras crises que possam ocorrer.
Para Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga e do Eixo Atlântico, que se fazia acompanhar por Xoan Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico,a cooperação que se regista nesta euro-região, que se prolonga há mais de 25 anos, “é um factor que representa uma vantagem competitiva na preparação dos possíveis cenários pós-pandemia”.
“Vamos apostar na criação de novas políticas urbanas que respondam aos desafios actuais de forma a estimular a competitividade e a inovação, criando melhores condições para o desenvolvimento territorial”, disse, realçando a importância da colaboração e partilha de responsabilidades entre poderes públicos, da cooperação institucional e do envolvimento dos cidadãos e de todos os agentes da sociedade para “se potenciar os modelos de desenvolvimento mais sustentados e assentes na inovação”.
O Eixo Atlântico irá agora apresentar o documento aos governos de Portugal e Espanha, bem como à Xunta de Galicia e à CCDR-N, para serem incluídos nas políticas de recuperação, tanto a nível de gestão política como a nível de financiamento.
Ao mesmo tempo, servirá de guia para matérias da competência dos municípios para serem delineadas soluções conjuntas e complementares, evitando a dispersão, a duplicação, promovendo a cooperação.
Com base nos quatro pilares identificados para o futuro (economia, política social, desenvolvimento sustentável e inovação, complementados pela regeneração urbana e investigação), as medidas propostas incluem o fortalecimento do papel das cidades e do valor das suas marcas; as novas dimensões das cidades inteligentes e a proposta de um esquema de política local pós-Covid-19; o futuro das cidades na nova era que se avizinha e a necessidade de reforçar a participação dos cidadãos.