O Ministério Público (MP) acusou um casal de Fafe de burla a uma familiar idosa em mais de 280 mil euros, depois de a terem convencido a outorgar-lhes procurações, anunciou esta quarta-feira a Procuradoria Geral Regional do Porto.
Em nota publicada na sua página, a procuradoria refere que os arguidos estão acusados de burla qualificada e abuso de confiança.
O MP considerou indiciado que a vítima, tia da arguida, não tinha descendentes e que, após a morte do marido, em 2013, os arguidos convenceram-na a residir com eles, na sua casa, em Fafe.
Ainda segundo o MP, os arguidos sabiam que a vítima detinha “um vasto património investido”, quer em produtos financeiros, quer em depósitos bancários, e decidiram apoderar-se dele.
Para isso, aproveitando-se da condição vulnerável da vítima, convenceram-na a outorgar-lhes, em 2015, duas procurações, “a pretexto de que eram necessárias para tratar de pequenas questões burocráticas, nomeadamente o levantamento de correio registado”.
Estas procurações, no entanto, concediam-lhes poderes para procederem ao resgate de aplicações financeiras ou à movimentação de contas bancárias de que a vítima fosse titular.
Com elas, os arguidos efectuaram levantamentos e transferências de contas bancárias e resgataram aplicações financeiras, sem autorização da vítima e contra a sua vontade, apoderando-se do montante global de 280.970 euros.