A Câmara de Braga e os Transportes Urbanos de Braga (TUB) esclareceram, esta terça-feira, que, no âmbito do contrato recentemente adjudicado para a aquisição de 35 novos autocarros elétricos, “não existe atualmente qualquer viatura do fabricante Yutong em circulação no concelho” e que os autocarros fornecidos por esse construtor, que deverão chegar no final do ano, serão alvo de vistoria técnica no sentido de garantir a “segurança tecnológica”.
“O concurso público lançado em fevereiro de 2025, com contrato assinado em agosto de 2025, encontra-se em fase de execução contratual e prevê o fornecimento faseado de 10 autocarros elétricos MIDI e 25 autocarros elétricos Standard, estando a primeira entrega prevista para o final deste ano”, refere a autarquia.
Perante notícias internacionais que levantam dúvidas sobre alegadas falhas de cibersegurança associadas a veículos deste fabricante, o município e os TUB reforçam que “a segurança tecnológica e a proteção de dados foram prioridades centrais no desenvolvimento das especificações do procedimento de contratação pública”.
“O caderno de encargos estabelece regras rigorosas que impedem qualquer forma de acesso remoto não autorizado às viaturas e garante que toda a informação extraída das mesmas é propriedade exclusiva da entidade adjudicante, incluindo dados recolhidos através da ‘caixa negra’.
Além disso, o contrato fixa a obrigatoriedade de cumprimento da legislação relativa à proteção de dados, nomeadamente o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), e limita a tecnologia embarcada ao estritamente necessário para a operação, nomeadamente sistemas de comunicação, CCTV, informação ao passageiro e diagnóstico, maioritariamente fornecidos por empresas europeias e nacionais”, diz o município.
A Câmara de Braga garante que, tal como os TUB, dispõe ainda de “mecanismos robustos de controlo, monitorização e auditoria digital, que permitem acompanhar permanentemente o comportamento e as comunicações das viaturas, garantindo a integridade tecnológica das mesmas”.
“O contrato reserva o direito de acompanhar e fiscalizar todas as fases de fabrico e construção das viaturas, com possibilidade de recurso a auditorias externas. Caso seja identificada a existência de qualquer sistema de controlo remoto não autorizado ou incumprimento das especificações técnicas contratualizadas, estão previstas medidas que podem incluir a não receção das viaturas, a execução da caução ou mesmo a resolução do contrato”, garante a autarquia.
Em causa estão autocarros elétricos do construtor chinês Yutong, que estarão equipados com um cartão SIM que permite ao fabricante aceder remotamente aos sistemas dos veículos.






