Dezenas de trabalhadores da empresa de águas, efluentes e resíduos de Braga (Agere) aprovaram esta quarta-feira em plenário uma resolução pelo direito à valorização salarial e profissional, apelando a que a câmara intervenha na “resolução urgente dos problemas”.
O coordenador da direção regional de Braga do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) disse à agência Lusa que a resolução foi aprovada por “unanimidade e aclamação por cerca de uma centena de trabalhadores”, que se concentraram esta manhã junto à sede da empresa, que tem mais de 500 funcionários e é detida em 51% pela Câmara Municipal de Braga.
Baltazar Gonçalves acrescentou que, após o plenário, os trabalhadores realizaram um desfile reivindicativo até à câmara, onde foram recebidos pelo presidente do município, João Rodrigues (PSD/CDS-PP/PPM), a quem entregaram a resolução, e pela presidente do Conselho de Administração da Agere, Alexandra Roeger.
“O presidente do município é novo, a presidente do Conselho de Administração da Agere está em funções há menos de um ano. Disseram que se vão inteirar da situação e fazer os possíveis para resolver os problemas. Ficou também falado que, dentro de dias, se marcaria uma reunião, até para falar sobre salários para 2026. Mas, como sabemos, as palavras leva-as o vento”, afirmou o dirigente sindical.
Na resolução, os trabalhadores da Agere “exigem uma postura negocial séria e a resolução imediata dos problemas há muito denunciados pelo STAL”, nomeadamente a “negociação e aplicação de suplemento/subsídio de insalubridade, penosidade e risco”.
O reconhecimento dos valores salariais da administração pública para os trabalhadores da autarquia em regime de cedência de interesse público, o pagamento de seguro de saúde e o reconhecimento e respeito dos direitos dos trabalhadores em atividade sindical, são outras das reivindicações destes trabalhadores.
No documento consta também a luta pela melhoria das condições nos locais de trabalho e a conclusão dos processos avaliativos em atraso.
“Os trabalhadores reunidos hoje [esta quarta-feira] em plenário exigem que o presidente da Câmara Municipal de Braga assuma as cabais responsabilidades que lhe cabem enquanto acionista maioritário da empresa, e que intervenha, junto da respetiva administração, no sentido da urgente resolução dos problemas apresentados pelo STAL”, lê-se na resolução.
O documento refere que a Agere “é uma empresa altamente lucrativa – cujos resultados em 2024 superaram os 5,8 milhões de euros – quase meio milhão de euros por mês”, pelo que, segundo os trabalhadores, “se torna ainda mais incompreensível que não se proceda à justa e devida valorização dos trabalhadores e que não se garanta condições de trabalho dignas”.
“Tal como é inaceitável que a administração insista em não cumprir a totalidade do Acordo de Empresa (celebrado com o STAL em 2020), e em responder positivamente às justas reivindicações dos trabalhadores, designadamente o respeito pelas progressões na carreira nalguns casos e as regras de atualização salarial, nomeadamente para os trabalhadores da autarquia em regime de cedência de interesse público”, sublinha a resolução.
No plenário, os participantes mandataram também o STAL “a avaliar e a adotar as formas de luta que considere mais adequadas para prosseguir a concretização das exigências dos trabalhadores”.






