O candidato independente à Câmara de Braga, Ricardo Silva defende que parque eco-monumental nas Sete Fontes deve avançar no imediato e para isso o presidente da autarquia, o social-democrata Ricardo Rio, a liderar o processo, pondo fim a “desnorte político”.
O atual presidente da Junta de São Victor, a maior da cidade, afirma em comunicado que “há 12 anos que vemos capas de jornais, notícias, promessas em programas eleitorais sobre o Parque das Sete Fontes. Se nos primeiros 8 anos vimos avanços nesse sentido, nos últimos 4 anos há uma estranha falta de atividade na promoção e preservação daquele espaço”.
“Há 20 anos que faço visitas às Sete Fontes e pugnei, pessoalmente, em 2011, junto da então Ministra da Cultura, para que o Complexo Sete Fontes e as Mães de Água fossem classificados Monumento Nacional; liderei visitas com cidadãos e estive ao lado de associações para garantir que as Sete Fontes eram salvaguardadas, evitando assim a destruição que o PS previa para aquela zona verde, histórica e essencial para o concelho”, aponta.
DESNORTE POLÍTICO
Ricardo Silva acusa o Executivo camarário de falar a “duas vozes”. Por um lado, está o presidente “a dizer que há condições de disponibilizar parte do parque até ao final do mandato” e, por outro, João Rodrigues, o vereador e candidato da coligação PSD/CDS/PPM e Aliança à Câmara, “a afirmar que quem põe prazos na concretização do parque está a mentir”.
“Isto é um claro sinal de desnorte político”, diz Ricardo Rio.
“O atual vereador com a pasta das Sete Fontes apenas encontra problemas e não consegue ter um prazo para a execução do Parque, contrariando o atual líder dos destinos do Município, que dizia que com ele, até ao final deste mandato teríamos uma parte expressiva do parque verde”, afirma
“Se Ricardo Rio é capaz de disponibilizar parte do Parque até ao final do mandato, então apelamos a que chame a si o processo e que concretize o que foi prometido ao longo de 12 anos”, desafia.
Ricardo Silva acusa João Rodrigues de não ter sido “capaz de fazer uma única alteração no espaço público que fizesse com que as pessoas soubessem onde é o parque: não há uma única sinalética na cidade a indicar como se chega ao parque, não há um único transporte público com boa frequência a servir a zona de entrada do Parque”.
“Já dentro da área do parque não sabemos que fauna e flora ali temos, não há um estudo dos aquíferos, dos animais, das plantas. Não há uma única placa de sinalética ou de informação. Não há um único caixote de lixo. Não há uma estratégia para cuidar da vegetação. Não há um plano de combate às invasoras e de plantação de outras espécies que pudesse ir sendo feito. Não há um plano de promoção de visitas guiadas para dar a conhecer os monumentos e a biodiversidade, nem tão pouco se avança com um plano de musealização das Mães de Água. Isto não precisa de esperar por nada, pode ser feito já”, sustenta.
O que se vai fazendo para promover o espaço verde é por espontânea iniciativa dos cidadãos onde me incluo, mas o município tem obrigação de fazer muito mais”, afirma.
EQUIPA MULTIDISCIPLINAR
O líder do movimento independente Amar e Servir Braga. promete, em caso de eleição, “criar uma equipa pluridisciplinar dedicada às Sete Fontes, que comece por fazer o levantamento do ‘estado da arte’ com os proprietários, mas que, paralelamente, faça a monitorização da Fauna e da Flora nas Sete Fontes, que culmine na apresentação de uma edição destinada ao público. Vamos instalar papeleiras, sinalética e placas de informação, desenvolvendo roteiros fixos de visitas às galerias, às mães de água e ao Parque, promovendo, em simultâneo, um programa de preservação e salvaguarda das estruturas classificadas”.
“Vamos iniciar um combate às espécies invasoras e plantar árvores autóctones, mediante aconselhamento especializado. Vamos instalar, no concelho, sinalética de encaminhamento para o Parque que tem um Monumento Nacional e vamos ter uma linha dedicada dos TUB, com frequência digna de acesso àquela zona de descompressão”, acrescenta.
Ricardo Silva finaliza com um apelo a Ricardo Rio: “entendendo a importância das Sete Fontes e dos compromissos firmados com a população, assuma a gestão do processo do Parque Verde, como garantia de um final de mandato que não hipoteque o futuro do Parque e que permita concretizar as condições para um correto e ordenado usufruto pelos cidadãos, não ficando refém dos condicionantes e dos calendários construtivos.”
Fernando Gualtieri (CP7889)