O distrito de Braga é o terceiro a nível nacional com o maior número de empresas que apresentam um elevado potencial de crescimento e que podem, a prazo, assumir um papel cada vez mais relevante na criação de riqueza e desenvolver a economia nacional, conclui um estado divulgado esta terça-feira.
Ao todo, o estudo da Associação Business Roundtable Portugal, ‘Ganhar dimensão para ser grande: O caso das empresas Adolescentes e Jovens Adultas’, realizado em parceria com a Informa D&B, sinalizou 48 empresas com elevado potencial de crescimento sediadas em Braga. Estas empresas são designadas por empresas adolescentes e jovens adultas (‘AJA’). A nível nacional, só os distritos de Lisboa e do Porto reúnem mais empresas AJA do que Braga, com 98 e 75, respetivamente.
No estudo, o BRP identificou, um total de 396 empresas privadas de controlo de capital nacional com elevado potencial para impulsionar o crescimento económico de Portugal. As AJA faturam entre 30 e 150 milhões de euros e representam cerca de 22 mil milhões de euros de volume de negócios (quase 8% do PIB), criando 94 mil empregos e gerando 4,6 mil milhões de euros em exportações.
O estudo surge no âmbito do trabalho do BRP no Eixo Empresas, que se foca em apoiar empresas portuguesas a crescer, inovar e competir num contexto global, contribuindo assim para o aumento sustentado da produtividade nacional.
ELEVADO PONTENCIAL DE CRESCIMENTO
Estas 396 empresas destacam-se pelo percurso já feito e pela expetativa de crescimento num tecido empresarial onde a dificuldade de ganhar dimensão é um dos pontos mais sensíveis. O tecido empresarial português é composto quase na totalidade por microempresas e por pequenas e médias empresas (PME).
Além disso, são muito poucas as que conseguem fazer crescer o volume de negócios de forma consistente ou subir de escalão de dimensão: apenas 3,4% subiram de escalão entre 2019 e 2023, 6,8% cresceram durante 5 anos consecutivos e apenas 1,3% cresceram durante 10 anos.
“Portugal precisa de mais empresas de grande dimensão. Apoiar PME com elevado potencial é essencial para aumentar a produtividade, a riqueza e os salários. O BRP está comprometido com esse objetivo através do Radar, que identifica essas empresas, do Apadrinhamento, que as liga a CEO, e do Metamorfose, que lhes dá acesso a conselheiros experientes”, afirma Carlos Moreira da Silva, presidente do BRP.
Com uma média de 30 e 35 anos, a idade destas empresas mostra que são em geral empresas com uma longa história e que agora estão aptas para o seu próximo salto de desenvolvimento.
“Num país pequeno como Portugal, ganhar escala é um dos grandes desafios que se colocam às empresas. Nesta análise, recorremos a critérios e indicadores que nos permitiram identificar as organizações mais produtivas, competitivas e inovadoras e consequentemente, mais capazes de atrair investimento. São estas características que lhes dão condições para continuar a crescer e assim contribuir para o crescimento da economia nacional”, afirmou Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B.
INDICADORES DE CRECIMENTO
Das 396 empresas identificadas, 63 apresentam uma taxa de variação média do volume de negócios (CAGR) superior a 20%, podendo liderar a próxima geração de grandes empresas portuguesas. Entre 2019 e 2023, este grupo de empresas destacou-se como o segmento com maior crescimento no volume de negócios e, no caso das Adolescentes, também no emprego. Nos últimos quatro anos, em que o PIB português cresceu 5,7%, o volume de negócios destas 63 empresas de elevado potencial cresceu 28,4%.
Além disso, 57% destas são exportadoras, mais do que os 55% das restantes grandes empresas e muito acima dos 11% do tecido empresarial geral. Estas empresas apresentam ainda uma produtividade média de 44 mil euros por trabalhador, com um crescimento de 8% no período analisado, o mais elevado entre todos os segmentos.
As indústrias, os grossistas e o retalho concentram a maioria destas empresas – com destaque para a indústria alimentar – seguidos pela Construção.
Geograficamente, há uma forte concentração no litoral, com maior número em Lisboa (98 empresas), Porto (75), Braga (48) e Aveiro (41).
Mas os dados mostram algo ainda mais relevante: estas empresas estão presentes em praticamente todos os distritos do país, incluindo regiões do interior, os Açores e a Madeira.
Esta dispersão territorial é um sinal claro de que há bons empreendedores e bons exemplos de dinamismo empresarial em todo o território e não apenas nas grandes cidades ou no litoral. Portugal é hoje feito de talento espalhado, com capacidade para crescer a partir de muitos pontos do mapa.
APOIO DIRETO
Além de identificar empresas com elevado potencial de crescimento, o BRP pretende também apoiá-las de forma ativa nesse percurso. Nesse sentido, o programa de Apadrinhamento visa acompanhar os CEO destas empresas, ajudando-os a ultrapassar os múltiplos obstáculos que empresas desta dimensão encontram e a identificar novas vias para o crescimento sustentado.
As empresas selecionadas são contactadas pelo BRP e convidadas a integrar este programa, beneficiando de um acompanhamento direto por parte de um CEO de uma empresa Associada, reforçando assim o compromisso do BRP com a ação concreta e com a transformação do tecido empresarial português.