A Igreja de Santa Cruz, em Braga, recebe, este sábado, pelas 15h30, a compositora escocesa Claire M Singer para a terceira e última sessão do projeto Pipe Poetics da Braga 25 Capital Portuguesa da Cultura.
Claire M Singer é conhecida pela sua abordagem musical experimental, com a artista a divergir o seu espetro de atuação entre música e artes visuais. O órgão da Igreja de Santa Cruz é o próximo desafio da compositora e intérprete de música, filmes e instalações, que apresenta ao público um concerto especial, fruto de uma residência iniciada a 29 de setembro passado em Braga.
A peça site-specific, intitulada An Gearran (do gaélico traduz-se para ‘fevereiro’), parte de gravações do órgão captadas durante esta semana que a artista escocesa manipulará eletronicamente.
A música sempre desempenhou um papel importante na vida da artista. Começou por aprender a tocar violoncelo aos 7 anos de idade e, aos 11, passa para o piano, com uma adolescência marcada pela integração de bandas e, mais tarde, orquestras.
Claire utiliza a tecnologia para explorar os limites musicais e expandir a sua veia artística, integrando-a como uma espécie de ferramenta no seu processo criativo. Inspirada pela paisagem da sua Escócia natal, a compositora explora texturas harmónicas ricas e sobretons complexos que criam padrões melódicos e rítmicos em constante mudança, que desaparecem quase tão depressa como surgem.
O seu repertório é composto por quatro lançamentos – Solas (2016), Fairge (2019), Trian (2019), Saor (2023) –, editados pela Touch, que incluem a artista a tocar órgão e violoncelo.
Atuou em espaços emblemáticos como o Queen Elizabeth Hall, a Catedral de Glasgow, a Tate Modern, tocando ainda nas aberturas do Westerkerk para Low e do Barbican para Stars of the Lid. Os seus trabalhos são bastante acalmados entre a crítica, com o jornal The Herald a escrever: “A abordagem de Claire M. Singer ao órgão é única… por vezes hipnótica, magnética e eufórica, numa atuação notável”.
Desde 2012, é diretora musical do órgão na premiada Union Chapel em Islington, Londres. Funda, em 2016, o único festival do género no Reino Unido, Organ Reframed, que se concentra na apresentação de música experimental inovadora, que reimagina o órgão tanto para o artista como para o público.