A companhia de teatro infantojuvenil Boca de Cena, de Esposende, estreia, esta sábado, a peça ‘O Apeadeiro’, no Auditório Municipal, pelas 18h30. Trata-se de uma produção evocativa dos 200 anos de nascimento de Camilo Castelo Branco e dos 180 anos de nascimento de Eça de Queirós.
No domingo, a peça, com texto e conceção geral originais do encenador Hugo Direito Dias, sobe ao palco pelas 15h00, igualmente no auditório municipal.
Inspirada numa curiosa troca de mel entre os dois escritores, a história cruza personagens de ‘Amor de Perdição’ e ‘Os Maias’, num encontro inusitado à boleia da primeira linha férrea portuguesa.
Os bilhetes estão disponíveis na bilheteira da Esposende 2000 (Site – Esposende 2000) nas Piscinas Foz do Cávado ou uma hora antes do espetáculo no Auditório Municipal.
O município de Esposende associa-se, assim, às comemorações dos 200 anos do nascimento de Camilo Castelo Branco e dos 180 anos de nascimento de Eça de Queirós, sendo que esta peça é mais um contributo, com a particularidade de ser trabalhado com crianças e jovens.
VIAGEM NAS ASAS DAS ABELHAS
‘O Apeadeiro’ é uma viagem nas asas das abelhas que produzem o mel que, diz-se, Eça de Queiroz provou pela primeira vez na casa de Camilo Castelo Branco, após ter enviado a este um frasco de mel que foi recebido como afronta. A peleja literária entre ambos é, neste enredo, o mote para reconhecer a importância de ambos no panorama literário português, potenciando o anacrónico encontro das personagens de ‘Amor de Perdição’ e ‘Os Maias’, na inauguração da primeira linha férrea portuguesa pelo Rei D. Pedro V.
Mariana, de ‘Amor de Perdição’, aguarda o Tempo no apeadeiro e assume-se cicerone de ambas as obras, numa intertextualidade magnífica, que embebe o espectador no aforismo original “O mel dura para sempre…como as histórias de amor”.
A companhia ‘Boca de Cena’ foi criada em 2017, por iniciativa do município de Esposende, após um processo de formação teatral promovido no âmbito do Crearte – Crescimento da Arte Teatral de Esposende.
Conta, desde a fundação, com direção artística de Hugo Direito Dias, e soma, no seu percurso, as seguintes produções, algumas deles realizadas em parceria com diversas entidades culturais locais: 2016 – “Essência de Chá” (exercício final da formação); 2017 – “Passio”, “Antítese” e “Dons”; 2018 – “(des)arte, “Pessoas” e “Círculo da Vida”; 2019 – “Escafandro” e “Amendoins para Elefantes”; 2020 – “Seda”; 2022 – “As Senhoras de Saramago”; 2023 – “Agustina – concerto encenado”, “O Solar dos Vermelhos”, “Histórias para cantar consigo” e “No tempo da outra Senhora” (ambos em parceria com a Escola de Música de Esposende); 2024 – “A Barca de Caronte”; “A Moira e o Bardo”. Este ano, além da peça “O Apeadeiro”, o Boca de Cena levará à cena “O Manuscrito”.