Banksy, artista britânico cuja identidade nunca foi confirmada, reivindicou esta segunda-feira à tarde, nas suas redes sociais, a autoria de um mural exposto em Queens Mews, Bayswater, Londres.
O mural, revelado no Instagram pelo artista, mostra duas crianças deitadas a olhar para o céu, vestidas com galochas, casacos e gorros. Uma delas tem o braço erguido a apontar para o céu.
Uma obra idêntica apareceu na passada sexta-feira noutro local da capital inglesa.
A BBC reporta que Banksy “também é responsável” por esse mural, identificado na torre Centre Point, no centro de Londres, mas os representantes do artista confirmaram apenas a obra em Bayswater.
Pintado sobre uma série de garagens, na zona oeste de Londres, o mural está a ser interpretado como um alerta para a temática das pessoas em situação de sem-abrigo e, em particular, as crianças nesse contexto. De resto, já em 2019, o artista aludiu ao tema numa obra desvendada na época natalícia.
Jason Tomkins, especialista no trabalho do britânico, confirma ao jornal The Guardian que este mural é uma “declaração clara sobre os sem-abrigo”, e diz acreditar que uma das crianças se assemelha à personagem de outra obra do artista, intitulada Season’s Greetings, que mostra uma criança a apanhar flocos de neve com a língua. A obra de 2018 apareceu em Port Talbot, no sul do País de Gales.
Pese embora a sua identidade seja até hoje desconhecida, Banksy é um dos artistas mais famosos do mundo e reconhecido pelas intervenções no espaço público com forte carga política.
Uma das suas últimas obras foi um mural junto ao Supremo Tribunal de Londres onde retratava um juiz a agredir um manifestante. A obra acabaria por ser rapidamente tapada pela polícia. Apesar de não referenciar o caso diretamente, a BBC e o The Guardian ligam a peça aos protestos em favor do grupo pró-palestiniano Palestine Action, proibida como organização terrorista pela justiça britânica há poucos meses.







