O candidato socialista à Câmara de Vila Nova de Famalicão alertou, esta quarta-feira, em conferência de imprensa, para o risco de fecho do hospital de local. Em causa está a entrega do Hospital de Santo Tirso à Misericórdia e a construção de um novo hospital central para 300 mil habitantes.
Eduardo Oliveira afirma que a oferta na área da saúde de uma boa resposta em proximidade e qualidade “é cada vez mais relevante” para Famalicão e do Médio Ave que “precisa de garantias sólidas de que não ficará com um hospital fragilizado, esvaziado de valências e incapaz de responder às crescentes necessidades da população”.
“Urge debater a saúde de forma transparente com os cidadãos, com clareza, responsabilidade e visão estratégica”, diz.
O socialista refere que, desde agosto de 2024, “outras forças políticas defenderam a entrega do Hospital de Santo Tirso à Santa Casa da Misericórdia e a construção de uma nova unidade hospitalar público-privada para 300 mil habitantes, o que implicaria a perda de valências e serviços essenciais para a população, como a maternidade e a urgência médico-cirúrgica em Vila Nova de Famalicão”.
Apesar de notícias nesse sentido, Eduardo Oliveira recorda “o silêncio” da Câmara famalicense sobre esta questão, “ignorando a possibilidade de que o concelho fique dependente de unidades vizinhas”.
Conclui que “o ciclo eleitoral tem travado medidas impopulares, mas que, sem pressão política imediata, após as eleições o Hospital de Famalicão poderá ser esvaziado de funções, em prejuízo dos 250 mil habitantes da região”.
Perante este cenário, Eduardo Oliveira reitera que lutará pela construção de um novo hospital no concelho, uma das grandes bandeiras do seu projeto autárquico, com “o objetivo de garantir acesso a serviços de proximidade, com qualidade e segurança para todos”. Quer ainda mais médicos, a diminuição dos tempos de espera das cirurgias e de consultas e a garantia geral de melhores condições para os profissionais e utentes.
UNIR FORÇAS DO CONCELHO
Para Eduardo Oliveira, a construção de um novo hospital só é possível unindo todos: “forças políticas, forças vivas num movimento cívico com o objetivo de reivindicar junto do governo central a importância da construção de um novo hospital, num local com boas acessibilidades e com capacidade de crescimento para o futuro.”
“Fazer remendos em casa de outros não é solução para quem pretende assegurar saúde de qualidade e proximidade para todos Famalicenses”, diz.
“Pretendemos ter capacidade de internamento, libertar as macas das urgências e proteger os utentes de outras infeções. Pretendemos ainda condições para reforçar com dispositivos e equipamentos médicos de diagnóstico de última geração”, acrescenta.
No encontro com os jornalistas, Eduardo Oliveira reforçou ainda as “contradições” do atual executivo PSD/CDS de Mário Passos relativamente a esta questão.
“Tendo Mário Passos já assumido que é contra o movimento cívico para construção do novo hospital, o único projeto de que há conhecimento público é que o presidente e candidato da coligação pretende a construção de um hipermercado nas traseiras do hospital, o que vai agravar os acessos e toda a mobilidade daquela área, quando o que se exige é que seja de rápido acesso para os utentes em situação de urgência”, argumenta.
Para Eduardo Oliveira, esta é uma luta que tem de ser travada já “para que não seja tarde demais”.
Fernando Gualtieri (CP7889)