Luís Montenegro presidiu à cerimónia de colocação da primeira pedra do Parque da Cidade de Esposende, um equipamento de 30 hectares nas duas margens do rio Cávado com um custo de oito milhões de euros, excluindo a aquisição dos terrenos.
O espaço, inaugurado este domingo, integra com percursos pedonais e cicláveis. espaços para eventos ao ar livre relacionados com o rio e a prática de desporto informal, postos de interpretação ambiental e pontos de observação de avifauna, parque de merendas, sanitários públicos, equipamentos lúdicos e mobiliário urbano.
Na cerimónia em que o presidente da Câmara de Esposende, Benjamim Pereira, pediu “uma mudança na legislação, por forma a agilizar processos e licenciamentos, assim como os concursos públicos”, o primeiro-ministro, Luís Montenegro garantiu que esta era uma excepção, “ao participar na colocação de uma primeira pedra. Vim cá, porque tenho a certeza que esta obra se vai cumprir”.
“O Governo não vai resolver todos os problemas do país. Precisamos que o poder local seja coadjuvante”, referiu Montenegro, desafiando os portugueses a “saber aproveitar as oportunidades, porque os outros países da Europa estão a aproveitar. Temos que ser muito criteriosos a usar os dinheiros públicos”,
Montenegro desafiou Esposende a aproveitar os factores naturais para “contagiar a região e o país com dinâmica e cultura de mérito”.
ESPOSENDE “OSTRACIZADO”
Já Benjamim Pereira, denunciou que “Esposende foi ostracizado e esquecido nos últimos anos” e desafiou Montenegro para que “olhe para o mérito dos projectos, se são estruturantes apoie”.
O autarca apontou “a extrema burocracia” que envolve as obras públicas, que no caso vertente do Parque da Cidade, obrigou a consultar “a Ran, a CCDR-N, o ICNF, a Agência Portuguesa do Ambiente, a Estradas de Portugal e a Direcção Geral de Cultura”.
Benjamim Pereira acusou, ainda, “entidades estatais que desrespeitam o poder local e querem interferir nas decisões das autarquias”.
“Após o lançamento do concurso público internacional realizamos as escrituras que formalizam a compra dos terrenos onde será implantado o Parque da Cidade, área constituída por 20 parcelas de terreno autónomas. Mas mais penosa é a burocracia associada a processos como este, até ao lançamento dos concursos públicos para a construção e obtenção do visto do Tribunal de Contas”, descreve Benjamim Pereira.
DE ESPOSENDE ATÉ AO GERÊS E SANTIAGO
Com um custo de oito milhões de euros, valor ao qual acresce o montante pago pela aquisição dos terrenos, este novo equipamento quer “transformar a frente do rio, conferindo-lhe uma imagem urbanisticamente mais harmoniosa e integrada”.
O projecto, da autoria do arquitecto Vítor Mogadouro, contempla, também, a intervenção na margem esquerda do Cávado, requalificando o espaço natural que marca a entrada da zona turística e residencial de Ofir.
A construção do Parque da Cidade compreende a intervenção na zona ribeirinha do rio Cávado, área situada entre o antigo Estaleiro Naval e a ponte D. Luís Filipe, abrangendo parte da avenida Eng. Eduardo Arantes e Oliveira e a EN 13, desde a rotunda da Solidal até à ponte D. Luís Filipe, incluindo o troço desclassificado da EN 13.
“Esta área de intervenção é um espaço natural de grande potencial, mas ao mesmo tempo de especial sensibilidade ecológica e por isso, as soluções previstas respeitam essas exigentes características e o seu metabolismo próprio”, explicou o autarca, referindo que se encontra “parcialmente inserida no perímetro da rede ecológica Rede Natura 2000, cujo principal objectivo é a preservação de habitats e valores naturais em presença no estuário”.
ESTACIONAMENTO
A requalificação de um espaço natural para a fruição pública cria zonas com abertura visual para o rio. Com oito entradas, o Parque da Cidade apresenta um passadiço que bordeja a zona de encharcamento, uma estrutura de observação da avifauna, uma praça com cafetaria, zona de concertos, merendas e espaço de recreação infantil com caixa de areia.
De apoio ao parque, uma zona de estacionamento para cerca de 50 automóveis permite que desde ali parta pela ciclovia do Litoral Norte, rumo a Santiago de Compostela, ou, com acesso directo à ponte pedonal e ciclável que ligará a Fão, pode optar pela ciclovia do Cávado, até ao Gerês.