A CDU defendeu junto da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave, a criação de um Título Único Intermodal de Transporte para os territórios das CIM Cávado e Ave, abrangendo também a Área Metropolitana do Porto. E quer que os autarcas mudem “a postura passiva” face às reivindicações das populações sobre os transportes públicos colectivos.
A proposta da coligação PCP/PEV, já aprovada nas assembleias municipais de Guimarães, Braga, Vila Nova de Famalicão e Fafe, visa criar “condições vantajosas” para a redução da utilização do transporte particular e fazer face ao aumento um aumento global de passageiros nos transportes públicos resultante do PART- Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos, iniciado em 2019.
“O passe intermodal facilitou a utilização dos transportes públicos geridos pelas diferentes operadoras respondendo às necessidades da população”, nota a CDU.
“O exemplo das Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa com a criação de um passe no valor máximo de 40 euros, que permite viajar em toda a área metropolitana sem ter de adquirir diferentes passes, conforme as operadoras que gerem o serviço, pode e deve ser replicado no distrito de Braga”, defende.
A CDU insiste que os respectivos presidentes das câmaras municipais e das CIM do Cávado e do Ave devem empenhar-se, “efectivamente”, na concretização desta “justa reivindicação” das populações, “mudando a postura passiva que, lamentavelmente, têm mantido ao longo do tempo”.
PREOCUPAÇÕES
A CDU, representada por Belmiro Magalhães, da do Comité Central do PCP, Mariana Silva, da Comissão Executiva do Partido Ecologista Os verdes, Simão Fernandes, da DORB e do Comité Central do PCP, e Bruna Alves, da DORB do PCP, sustenta que a articulação da oferta de transportes entre as CIM do Cávado, CIM do Ave e a Área Metropolitana do Porto seria “uma enorme mais-valia”.
O encontro permitiu ainda, refere a nota, aprofundar o conhecimento do trabalho realizado pela CIM do Ave na aplicação do PART e os seus impactos na oferta de transportes.
As preocupações acerca do “insuficiente financiamento” da oferta de transportes, a previsão de deficit para o pagamento da operação actual no ano corrente e as “estreitas limitações orçamentais que condicionam a concretização da intermodalidade tarifária”, foram também abordadas.
A discriminação nos valores do financiamento via PART comparativamente com Lisboa e o Porto foi também referida, com “a ilustração que apesar dos territórios da CIM do Ave corresponderam a 5% da população nacional apenas são atribuídos 2% das verbas disponíveis”.
FALTA VONTADE POLÍTICA
Outro tema foi a necessidade do reforço da fiscalização da concessão. Na opinião da CDU, só “a falta de vontade política” explica que aquilo que a realidade vivida no Porto e em Lisboa no que se refere aos transportes públicos colectivos não se concretize na região de Braga e no resto do país.
A forma como decorre a concessão AVE Mobilidade, que serve as populações de Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela, e que entrou em vigor no dia 1 de Dezembro passado, foi também objecto de troca de impressões.
A delegação da CDU partilhou, ainda, queixas de utentes relativamente à falta de oferta. Relembrou também as queixas sobre as condições de trabalho e remunerações dos trabalhadores da concessionária Transdev.
Fernando Gualtieri (CP7889)