A greve nacional convocada pela Frente Comum, estrutura sindical afecta à CGTP, fechou dezenas de escolas esta quinta-feira de manhã e teve reflexos os sectores da higiene urbana, transportes, empresas municipais e autarquias em todo o distrito de Braga. A central sindical fala em “forte adesão” nos serviços municipalizados e “forte expressão” nas escolas.
Em Braga, a paralisação encerrou diversas escolas de vários níveis de ensino, nomeadamente o Conservatório Calouste Gulbenkian, a EB 2,3 Mosteiro, Cávado EB 2,3 Mosteiro e Cávado, as escolas básicas com jardim de infância de Esporões, de Arcos e S. Victor.
Entre a dezena de estabelecimentos de ensino encerrados por falta ou por número insuficiente de funcionários, esteve a Secundária Carlos Amarante que ficou sem aulas da parte da manhã, tendo regressado à normalidade no resto do dia, segundo o PressMinho. Já o Agrupamento de Escolas funcionou aparentemente sem restrições.
Como em Braga, os dados disponíveis nos restantes concelhos do distrito apontam para uma adesão residual da parte da tarde nas escolas.
Em Famalicão, apenas a Secundária Camilo Castelo Branco encerrou, enquanto que a Júlio Brandão funcionou em pleno, o mesmo se registou nas D. Sancho, Nuno Simões, Padre Benjamim Salgado e Bernardino Machado, em Joane, a EB 2,3 de Ribeirão e a D. Maria II, em Gavião.
Em Guimarães, a paralisação obrigou à suspensão da actividade lectiva na sede do Agrupamento EB 2. 3 Afonso Henriques, EB 2, 3 João de Meira, EB1 do Motelo, Senhora da Conceição, em Fermentões, EB 1 da Bela Vista, do Agrupamento de São Torcato.
A estas juntaram-se a EB1 de Santa Luzia, EB1 Pegada, EB 2, 3 Egas Moniz do Agrupamento Francisco de Holanda e a EB1 do Pinheiral do Agrupamento de Escolas das Taipas.
Também os alunos da EB 2, 3 Gil Vicente, de Urgezes, das EB1 do Monte Largo, Serzedo do Agrupamento Santos Simões, da escola sede do Agrupamento Virgínia de Moura e a EB1 de Vermis tiveram ‘feriado’.
As escolas básicas de Vila Verde e de Prado e o Centro Escolar de Vila Verde e de Prado ficaram sem actividades lectivas, No Agrupamento de Escolas de Vila Verde, está igualmente encerrada a escola de Turiz e em Gême funciona apenas o pré-escolar.
O mesmo aconteceu na Escola Básica de Prado, a EB nº1 de Prado e a EB de Cabanelas.
Já o EB Sobral-Cervães funcionou apenas com o pré-escolar e em Oleiros as actividades decorreram normalmente, como aconteceu na Secundária de Vila Verde.
No Agrupamento de Escolas de Moure e Ribeira do Neiva, a greve também se fez sentir, embora sem fechar nenhum dos 11 estabelecimentos. Ainda assim, na EB de Moure o 1º ciclo ficou sem aulas e na EB da Ribeira do Neiva foram encerrados os 2º e 3º ciclos.
Em Amares, o Centro Escolar D. Gualdim Pais ficou sem aulas, ao contrário do que se registou nos restantes estabelecimentos de ensino que integram o Agrupamento de Escolas de Amares – Centro Escolar Vale do Homem; Centro Escolar de Bouro, Centro Escolar de Caldelas, Centro Escolar de Ferreiros, Centro Escolar Vale do Cávado, Escola Secundária de Amares e Escola Básica de Amares.
ADESÃO DE 50% NOS TUB
Nos Transportes Urbanos de Braga (TUB) 50% dos trabalhadores fizeram greve, o que provou pequenos constrangimentos nas carreiras, que, segundo a administração, não tiveram um impacto maior devido ao encerramento das escolas em greve.
Já, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), a greve na transportadora não foi maior porque vários dos novos motoristas tem contrato a prazo, de seis meses, pelo que tiveram receio de se juntarem ao protesto pelo aumento geral dos salários, a valorização das carreiras, a correcção da Tabela Remuneratória Única, a revogação do SIADAP – Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública e a defesa dos serviços públicos.
DESCONTENTAMENTO COM O PS
Em comunicado ao PressMinho, a CGTP afirma que a greve, inserida no Dia Nacional de Luta promovida pela Frente Comum, teve uma “forte expressão em sectores como escolas, juntas de freguesias, piquetes de água, transportes colectivos urbanos de passageiros, bibliotecas, equipamentos culturais e desportivos, sectores operacionais, serviços de atendimento e de tesouraria, encontrando-se muitos deles totalmente encerrados” em todo o país.
O protesto, que teve início esta quarta-feira à noite, obteve, acrescenta a central sindical, “uma forte adesão nos sectores da higiene urbana e dos transportes, continuou esta manhã a registar elevadas adesões na generalidade das autarquias, escolas e empresas municipais”.
Os dados conhecidos, diz a CGTP “reflectem o profundo descontentamento dos trabalhadores face à ausência de resposta efectiva do governo do Partido Socialista aos seus problemas e às suas exigências”.
Fernando Gualtieri (CP 7889 A)