A Universidade do Minho atribui, no próximo dia 7, o doutoramento honoris causa a José Ramos-Horta, Presidente da República de Timor-Leste e Prémio Nobel da Paz.
Com a presença do Presidente da República português, A cerimónia está agendada para as 11h00, no salão medieval da Reitoria, no Largo do Paço, em Braga, com transmissão no YouTube em simultâneo.
Após o tradicional cortejo académico, a sessão prevê uma intervenção de saudação pelo professor Luís Aguiar-Conraria e o “elogio ao candidato” pela professora Isabel Estrada Carvalhais, ambos da Escola de Economia, Gestão e Ciência Política proponente desta homenagem em conjunto com o reitor da UMinho.
Segue-se, então, o cerimonial de atribuição do título de doutor honoris causa em Ciência Política e Relações Internacionais a José Ramos-Horta, pelo “seu papel na defesa dos direitos humanos e da autodeterminação dos povos, bem como pela sua extraordinária contribuição para a independência, a paz e a democracia em Timor-Leste”.
O momento conta depois com os discursos de José Ramos-Horta, de Rui Vieira de Castro, reitor da UMinho, e de Marcelo Rebelo de Sousa. O encerramento acontece pelas 13h00, com uma sessão de cumprimentos no salão nobre da Reitoria.
AULA ABERTA
José Ramos-Horta também recebe os estudantes timorenses a frequentar cursos da UMinho nessa tarde, às 16h00, na Galeria do Paço.
Na véspera, dia 6, às 16h30, o Presidente de Timor-Leste profere uma aula aberta no auditório B1 do campus de Gualtar, em Braga. A entrada é livre, mediante inscrição prévia. O governante está igualmente na manhã do dia 6 em Lisboa, para condecorar personalidades portuguesas com a Ordem de Timor-Leste.
FIGURA DA LUTA TIMORENSE
José Ramos-Horta nasceu em 1949, em Díli. Exilado durante a ocupação indonésia, foi durante décadas o principal porta-voz da causa timorense na ONU. Recebeu o prémio Nobel da Paz em 1996, pela defesa dos direitos humanos e de uma solução pacífica para o conflito iniciado com a invasão de Timor pela Indonésia. ´
´Após a restauração da independência do país em 2002, Ramos-Horta foi ministro dos Negócios Estrangeiros, primeiro-ministro e Presidente da República (2007-12, 2022-). É amplamente reconhecido por ser um defensor do diálogo entre os povos, pela sua habilidade diplomática e pelo compromisso que colocou no fortalecimento da cooperação internacional.
Este é o 23.º Doutoramento Honoris Causa atribuído pela Universidade do Minho, após Hans Flasche (1979), Cornelio Sommaruga, Eurico Dias Nogueira, Émile Noel, Eurico Teixeira de Melo (todos em 1990), José Veiga Simão (1994), Joaquim Pinto Machado, Francisco Carvalho Guerra, José Luís Encarnação (todos em 2002), Joaquim Chissano (2005), Joseph Gonnella, Marcel de Botton, Michel Maffesoli (todos em 2011), Nuno Portas (2012), Ramón Villares (2015), Gene Grossman (2016), Álvaro Laborinho Lúcio, Frei Bento Domingues (ambos em 2019), Angel Carracedo (2020), Dava Newman, José Ramos (ambos em 2023) e Alain Aspect (2024).