A presidente da Iniciativa Liberal (IL), Mariana Leitão, admite, esta terça-feira em entrevista ao ECO, que se chegasse à conclusão que havia funcionários públicos a mais teria “coragem” para despedir. Acusa o Governo de não ter um diagnóstico que permita fazer um levantamento das “necessidades reais” de recursos humanos no Estado.
“Nos últimos dez anos, aumentámos em mais de 100 mil o número de funcionários públicos. Desde que Luís Montenegro é primeiro-ministro, já aumentámos mais 13 ou 14 mil. A pergunta que gostava de saber é qual foi a aferição de necessidades que foi feita para perceber que era necessário contratar estas pessoas?”, questiona.
Tendo em conta que o “Estado Social está esgotado”, Mariana Leitão defende novos instrumentos de estímulo à poupança para a reforma e considera que há “benefícios fiscais” a mais.
Para a líder dos liberais, os incentivos deveriam ser alargados a todos, porque se o Estado conseguiu “baixar impostos aqui, porque é que não os consegue baixar para outras pessoas?”, interroga.
Questionada se é preciso avançar com despedimentos na Função Pública, a líder dos liberais responde que “é preciso mudar a cultura, a forma como olhamos para a Administração Pública”.
“O que é que quero dizer com isto? É preciso, acima de tudo, valorizar os bons funcionários públicos. Atenção, a Administração Pública é uma coisa essencial no nosso país, é aquilo que põe os serviços públicos a funcionar”.
Ou seja: “é preciso garantir que os bons funcionários públicos são valorizados, que as pessoas que é preciso contratar são contratadas, que se consegue ir buscar os melhores, que se consegue garantir carreiras atrativas para que as pessoas sintam vontade e queiram trabalhar na Administração Pública.”
Sobre se há funcionários públicos a mais, afirma que nem ela, nem o Governo sabem.
“Nos últimos dez anos, aumentámos em mais de 100 mil o número de funcionários públicos. Desde que Luís Montenegro é primeiro-ministro, já aumentámos mais 13 ou 14 mil. A pergunta que gostava de saber é qual foi a aferição de necessidades que foi feita para perceber que era necessário contratar estas pessoas? Quando perguntamos ao Governo em que setores, qual é a categoria profissional, quanto é que ganham, o Governo não consegue sequer responder”, responde.
Curiosamente, Rui Rocha, candidato da IL à Câmara de Braga, afirmou, esta segunda-feira, através de um vídeo publicado nas redes sociais, que “conta com todos os trabalhadores da autarquia”, num ‘piscar o olho’ aos trabalhadores municipais.