No âmbito do Dia Europeu sem Carros, a candidatura do Bloco de Esquerda (BE) de Braga promoveu uma corrida com diferentes meios de transporte – de bicicleta, a pé, de automóvel e de autocarro, desde a Praça Conde Agrolongo até à rotunda da Universidade do Minho, em plena hora de ponta. A bicicleta ganhou.
“O propósito da corrida foi o de confirmar o que todos os bracarenses sabem há muito: é muito difícil circular numa cidade que privilegia o automóvel”, refere um comunicado divulgado esta sexta-feira pela candidatura bloquista.
Segundo o BE, a corrida principiou às 17h40, hora prevista para o autocarro 24 (Sequeira – Gualtar) chegar à paragem da Praça Conde Agrolongo. Dado o sinal de partida, todos os participantes iniciaram o percurso, “exceto os que foram de autocarro, que esperaram cerca de 40 minutos”.
O veículo que chegou em primeiro lugar ao campus de Gualtar foi a bicicleta, que demorou 15 minutos.
“Apesar do mau estado da Rua D. Pedro V, da passagem superior na Avenida Júlio Fragata que obriga à desmontagem da bicicleta, dos carros estacionados na via dedicada para as bicicletas na Rua Nova de Santa Cruz e do pára-arranca ao chegar à rotunda da Universidade, o percurso decorreu sem incidentes. Mas se houvesse uma ciclovia, como é óbvio, não teríamos de estar sempre preocupados com o tráfego automóvel e até seria uma viagem agradável e sem respirar ar poluído”, disseram os participantes Manuela Airosa e Mário Lima.
Já o automóvel, devido ao tráfego intenso até à rotunda das piscinas, chegou em segundo lugar e demorou 25 minutos.
Quem foi a pé beneficiou da zona pedonal até ao Largo Senhora-a-Branca, depois, por entre “passeios irregulares, estreitos e estragados e em ziguezague com os carros estacionados nos passeios”, como deram conta os caminhantes, conseguiram chegar em 32 minutos.
Já o autocarro, que recolheu alunos em várias escolas e “ia completamente cheio, depois de ter chegado com 36 minutos de atraso, demorou 22 minutos”. “No total, com o tempo de espera, o percurso de autocarro demorou 58 minutos. Pela observação do percurso do autocarro através da aplicação dos TUB, o veículo ficou retido nas filas de trânsito em Maximinos e sobretudo na Rua do Caires antes de chegar à paragem da praça”, refere o BE.
No total, um percurso de quatro quilómetros, “frequentado diariamente por milhares de pessoas, é um desafio para quem precisa de se deslocar”. No entanto, “as soluções para os problemas estruturais continuam por executar por desinteresse do executivo municipal”, disse Alexandra Vieira, que deu como exemplo os corredores contínuos dedicados ao transporte coletivo e as pistas dedicadas aos velocípedes, de modo a que possam circular em segurança e sem conflitar com os peões.
“Há muito que as rotas precisam de ser repensadas”, disse a candidata, para quem “não faz sentido uma rota iniciar num extremo de concelho, atravessar o centro e ir até quase à última freguesia”. “Sudividir as rotas de modo a que os autocarros entrem na cidade e regressem à mesma freguesia evita os atrasos e até os congestionamentos”, considerou.