O Ministério Público (MP) acusou 19 pessoas, entre eles chineses com residência em Braga e Guimarães de, alegadamente, integrarem uma organização criminosa que se dedicava à captura ilegal, comercialização e exportação de meixão para a China, informou esta terça-feira a Procuradoria-Geral Regional do Porto.
Numa informação publicada na sua página oficial de Internet, a Procuradoria referiu que a exportação do meixão de Portugal para a China era feita pelos arguidos em malas de porão.
Na China, o meixão era vendido ao quilo por um preço médio de 6500 euros, frisou.
A atividade criminosa terá decorrido entre março de 2022 e fevereiro de 2023, apontou.
Segundo a Procuradoria, os arguidos dividiam as tarefas entre si, havendo um que liderava a organização e controlava a atividade desde a aquisição até à sua exportação, outro tinha como função ajudar este, outros cinco dedicavam-se à captura ou compra junto de pescadores, assim como ao armazenamento e venda dos meixões para aqueles arguidos no valor de 300 a 400 euros por quilo, outros cinco armazenavam ou transportavam os meixões por via terrestre e os últimos sete eram contratados pelos primeiros para assegurar o transporte para a China, deslocando-se a Portugal em estadias curtas e recebendo dinheiro por cada transporte realizado.
Os arguidos terão comercializado mais de 505 quilos de meixão, ressalvou.
Além disso, a acusação sustentou que lhes foram também apreendidos 26 mil euros e instrumentos usados no armazenamento, captura e transporte do meixão.
Dos 19 arguidos, 12 são chineses com residências em Guimarães, Braga, Setúbal e Espanha, três são portugueses residentes em Ovar e Vila Nova de Gaia e os outros quatro de outras nacionalidades, dois deles residentes em Espanha e outros dois em França, revelou.
Um destes arguidos está em prisão preventiva — medida de coação mais gravosa -, assim como outros três foram sujeitos a medidas detentivas da liberdade por decisão do Tribunal da Relação do Porto, mas não se efetivaram por estarem em paradeiro desconhecido, destacou a Procuradoria-Geral Regional do Porto.
Os arguidos estão acusados dos crimes de dano contra a natureza, contrabando de circulação qualificado, contrabando qualificado, associação criminosa e branqueamento.