A partir do mural que o artista Juan Domingues está a criar na Ponte da Barca, a convite do município, e com coordenação artística da zet gallery, de Brag, os jovens que frequentam o campo de férias foram desafiados a criarem os seus próprios cadernos gráficos de viagem.
O primeiro momento da iniciativa aconteceu no passado dia 31 de julho, quando Juan Domingues recebeu os ‘pequenos artistas’ para lhes lançar o desafio de trabalhar sobre o tema da obra: ‘Uma volta ao mundo, uma viagem à História, um mergulho na paisagem’.
“É importante que os mais jovens possam integrar este processo, criando a sua própria interpretação dos elementos identitários da Ponte da Barca, que eu escolhi para integrarem o mural. Partindo da figura do Fernão Magalhães, que se pensa que pode ter nascido aqui, tentei criar uma narrativa que permita uma leitura quase em capicua, ou seja, que se leia a história da frente para trás e de trás para a frente, integrando-se, sem se sobrepor, nesta paisagem absolutamente extraordinária que encontramos aqui. Estou curioso para saber quais os elementos que vão explorar e como os trabalharam nos seus cadernos gráficos”, explica Juan Domingues.
Os trabalhos finais são apresentados durante a inauguração oficial do mural, que tem lugar em setembro próximo, no átrio da Câmara Municipal, em data a anunciar.
DEMOCRATIZAR A ARTE
Com mais de 1550 metros quadrados de área, tendo um pé direito que atinge, em muitas zonas, oito metros de altura, o novo mural de Ponte da Barca é um dos maiores já feitos a nível nacional, mudando por completo uma área que recentemente foi intervencionada pelo município.
“Está na missão da zet gallery democratizar o acesso à arte e nada melhor uma obra de espaço público para cumprir esse desígnio. Temos participado em vários projetos do género a nível nacional, a convite de vários municípios, instituições e empresas, que percebem o caráter transformador da arte quando integrada de forma pensada e estruturada, mas também corajosa, no espaço público”, refere Helena Mendes Pereira, diretora geral da zet gallery.
Para a responsável, “poder integrar crianças e jovens neste processo permite-nos não só criar uma ligação mais próxima do artista com a comunidade, mas também chamar a atenção daqueles que serão futuros consumidores de arte”, finaliza.