A atribuição de incentivos à revitalização das lojas do programa Comércio com História, a gestão público-privado do Mercado Municipal e uma intervenção estruturada na gestão e qualificação das esplanadas, são três das “propostas estratégicas” para os setores do comércio e turismo que a Associação Empresarial de Braga – Câmara de Comércio e Indústria apresenta às forças políticas que concorrem às autárquicas de 12 de outubro.
O conjunto das propostas agora divulgadas, visam, refere a AEB, “construir uma nova agenda económica local, assente na inovação, sustentabilidade, mobilidade urbana e valorização do tecido empresarial”.
Lembrando que o comércio e o turismo “são motores de desenvolvimento económico e qualidade de vida”, o presidente da AEB defende que são necessárias “políticas públicas mais proativas, próximas e adaptadas aos novos comportamentos de consumo, à digitalização e à valorização da experiência urbana e turística, com o envolvimento dos agentes económicos locais”,
Daniel Vilaça propõe, assim, a criação de um programa estruturado de apoio ao empreendedorismo comercial e de serviços, “com foco em jovens empreendedores e modelos de negócio digitais e globais”.
A iniciativa inclui apoio técnico, incentivos ao arrendamento de espaços devolutos, incubadoras especializadas, mecanismos de financiamento e programas de mentoria.
“Precisamos de empresários mais preparados, com ambição, visão tecnológica e capacidade de competir num mercado cada vez mais exigente. A AEB está pronta para liderar esta nova vaga de empreendedores, em parceria com o município”, afirma Vilaça.
LOJAS COM HISTÓRIA
Entre as propostas, destaca-se também a criação de um programa de incentivos à revitalização das lojas integradas no programa ‘Comércio com História’, apoiando a requalificação dos espaços e a modernização dos modelos de negócio.
“Temos de valorizar o nosso comércio tradicional. As lojas com história são parte da identidade da cidade e devem ser apoiadas para continuar a ser relevantes no presente e no futuro”, sustenta o presidente da associação empresarial.
O programa prevê incentivos ao investimento na valorização dos estabelecimentos, apoio técnico à modernização e ações de promoção e dinamização conjunta.
MERCADO MUNICIPAL
Para o Mercado Municipal de Braga, a AEB propõe a implementação de um modelo de gestão público-privada, que assegure uma coordenação integrada entre as áreas de frescos e de restauração.
“É tempo de profissionalizar e revitalizar este espaço, garantindo uma gestão estratégica e coerente e uma orientação clara para o cliente. O Mercado deve ser gerido como um todo um ecossistema coeso, dinâmico e atrativo. A AEB está naturalmente disponível para assumir um papel ativo nesta nova governação partilhada”, afirma.
LOGÍSTICA URBANA
Outra prioridade estratégica, é a modernização do que a AEB chama de “logística urbana”.
Defende a implementação de soluções eficazes e sustentáveis, como “sistemas de logística de última milha” com pontos de recolha inteligentes, horários alargados e apoio ao transporte sustentável. Propõe ainda um novo plano de localização de espaços de carga e descarga, ajustado às necessidades dos operadores económicos.
“A logística urbana é um fator crítico de sucesso para o comércio moderno. É urgente planear bem, regular melhor e envolver os agentes económicos na solução. A cidade deve funcionar para quem vive, consome e trabalha nela”, sublinha Daniel Vilaça.
DESTINO URBANO-CULTURAL
Para o turismo, a AEB entende que o município deve reforçar o investimento em promoção nacional e internacional, direcionado a mercados e segmentos de maior poder de compra, posicionando Braga como “um destino urbano-cultural, com produtos turísticos diferenciadores e capacidade de atrair visitantes ao longo de todo o ano”.
“É essencial aumentar as receitas turísticas sem prejudicar a qualidade de vida dos residentes e isso exige uma estratégia que promova o aumento do ticket médio, para maximizar o benefício da atividade turística e minimizar o seu impacto na comunidade local, prolongar a estadia dos turistas, para podermos ter uma distribuição mais equilibrada ao longo do ano, em vez de estar concentrada em períodos específicos (como fins de semana e feriados) e uma aposta em experiências de turismo mais imersivas, como o turismo cultural, que valorize o património local e uma conexão mais profunda com a cidade”, afirma Daniel Vilaça.
ESPLANADAS
Reconhecendo o papel das esplanadas na dinamização do comércio e na vivência urbana, a AEB defende “uma intervenção estruturada e articulada na sua gestão e qualificação”.
As propostas incluem a simplificação do processo de licenciamento de esplanadas, com menos burocracia e maior previsibilidade; e um programa de estímulo à qualificação das esplanadas, com redução de taxas para quem investir na modernização do mobiliário urbano.
O alargamento do horário de funcionamento das esplanadas às sextas, sábados e vésperas de feriado, alinhado com a vocação turística da cidade; e uma campanha de sensibilização para o uso cívico do espaço público à noite, em parceria com a AEB, “promovendo equilíbrio entre animação, ruído e o direito ao descanso dos moradores”, são outras propostas.
“Precisamos de esplanadas mais atrativas, modernas e bem geridas. Mas também de civismo e respeito mútuo”, diz Daniel Vilaça, reafirmando a disponível da associação para liderar “esta evolução positiva em parceria com os empresários e o município”.
A AEB defende, ainda, que o município deve promover uma melhor articulação entre os grandes eventos e o comércio local, garantindo o seu envolvimento ativo e a dinamização da economia, bem como fomentar o estabelecimento de sinergias entre comércio, cultura e turismo, com envolvimento de operadores locais, agentes culturais, associações e comunidade.
Fernando Gualtieri (CP 7889)