A presidência brasileira frisou esta segunda-feira que o país não aceita “interferência ou tutela de quem quer que seja”, depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter dito que o Brasil está a fazer “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro.
“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja”, lê-se numa nota à imprensa assinada pelo Presidente brasileiro, Lula da Silva.
“Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, acrescentou o chefe de Estado brasileiro, depois do Presidente dos Estados Unidos ter dito que o Brasil está a tratar de uma forma “terrível” o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, acusado pela justiça brasileira por tentativa de golpe de Estado.
CAÇA ÀS BRUXAS
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recorreu às redes sociais, esta segunda-feira, para defender Jair Bolsonaro, referindo que o Brasil está a fazer “algo terrível” com o ex-chefe de Estado e que este é alvo de “perseguição”.
De realçar que Jair Bolsonaro é suspeito de tentativa de golpe de Estado após perder as eleições contra Lula da Silva em 2022.
“O Brasil está a fazer uma coisa terrível no tratamento dado ao antigo presidente Jair Bolsonaro. Eu assisti, tal como o mundo, ao facto de não terem feito outra coisa senão persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo”, escreveu o republicano numa publicação na sua plataforma, a Truth Social, sem mencionar diretamente os processos judiciais nos quais o antigo presidente do Brasil está envolvido.
“Isto não é nada mais, nada menos, do que um ataque a um adversário político – algo que eu conheço muito bem”, apontou.
Assim, recorreu à popular expressão que usou muitas vezes no seu caso – “caça às bruxas”.
A primeira a reagir foi a ministra das Relações Institucionais do Brasil, Gleisi Hoffmann, que aconselhou Donald Trump a “cuidar dos seus próprios problemas”.