Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, criticou esta segunda-feira a proposta de gratuitidade dos transportes públicos em Braga apresentada por João Rodrigues, da coligação Juntos por Braga. O candidato liberal à presidência da autarquia diz que recebeu a proposta com “estupefação”.
“Foi com estupefação que recebi a notícia da defesa pelo candidato da coligação Juntos por Braga da gratuitidade geral do transporte público”, diz em comunicado, lembrando que a mesma proposta apresentada em Assembleia Municipal pelo Partido Socialista há pouco mais de seus meses foi “prontamente recusada” pelo atual presidente da Câmara, eleito também pela coligação Juntos por Braga.
Rui Rocha cita o autarca: “O que é importante, nesta área, é investir na qualidade do serviço prestado: há muitos utentes que, por terem meios, não se importam de pagar, desde que o transporte tenha qualidade enquanto há outros que não utilizariam os TUB mesmo que fosse grátis. Se tal medida avançasse, não haveria depois dinheiro para investir.”
Ou seja: a medida agora proposta por João Rodrigues é “completamente contraditória com a posição do presidente da Câmara em funções”.
CAMINHO ERRADO
“Trata-se, assim, de uma clivagem insuperável, em tema particularmente relevante, dentro da própria coligação, numa cedência incompreensível do atual candidato a posições do Partido Socialista que desrespeita a linha que o ainda presidente da Câmara defendeu”, diz, acrescentando que proposta vai “pelo caminho errado”.
“A gratuitidade compreende-se quando dirigida aos que não têm meios económicos ou a determinados grupos (jovens ou idosos, por exemplo). Mas, em geral, os bracarenses não usam os transportes públicos não por uma questão de preço, mas porque o serviço não é adequado em termos de frequência, de fiabilidade de horários e de ligações disponíveis. Este é o caminho que defendo para a mobilidade em Braga: mais soluções, mais frequência, melhor serviço”, defende.
Para Rocha “a gratuitidade geral vai em sentido contrário”. “Retira recursos necessários para transportes mais adequados às necessidades dos bracarenses e, por isso, contará com a oposição desta candidatura. A campanha eleitoral não pode justificar a defesa de propostas que prejudicam os interesses futuros dos bracarenses a troco de eventuais ganhos eleitorais de curto prazo”, sustenta.
Fernando Gualtieri (CP 7889)